A reunião da Série A-1 do Campeonato Paulista, realizada nesta segunda-feira, mostrou a disposição da Federação Paulista em encaminhar uma nova proposta para apreciação do Ministério Público. Tudo para que ocorra a liberação do futebol e a entidade não tenha que realizar os jogos em outros estados.
A proposta prevê a organização de ambientes controlados. Nestes ambientes, os clubes ficarão isolados em centros de treinamento ou hotéis. O deslocamente seriam apenas para os jogos. O documento cita ainda maior frequência de testagens, redução de efetivo de pessoas nos jogos e novas medidas de controle.
Medidas estas que já estavam no radar de qualquer pessoa consciente do agravamento do quadro. O que, na minha visão, não permitiria o retorno do futebol. Agora, a proposta por uma ausência: um programa maciço de conscientização do torcedor.
Se o futebol está fora do cardápio é porque muitos não assistem jogos em casa. Vão na casa do amigo ou no boteco que funciona a portas fechadas. Os próprios jogadores poderiam entrar em campo e abraçar o processo. Dizer que o protocolo é seguro vira discurso robótico. A prática fala mais alto.
E a realidade hoje que a pandemia está fora de controle. E o futebol, mesmo que indiretamente, contribui para o quadro dramático quando jogadores burlam as regras, torcedores não estão nem aí e dirigentes exalam faltam de humanidade. A proposta passa a tranca nos jogadores. Mas os outros pontos estão descobertos.
(Elias Aredes Junior)