Se existe uma palavra presente no futebol é entrosamento. A capacidade de pessoas executarem movimentos coordenados e pensados. No gramado é essencial. Fora dele, mais ainda.
Neste inicio de trabalho na Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico Gilson Kleina viverá situações inéditas e vai precisar adaptar-se. Sem margem para fracassos.
A inicial é viver em um clube sem a sua comissão técnica na totalidade. Veio com Fabiano Xcha mas na condição de auxiliar enquanto que a preparação física fica com Juvenilson Souza.
O desafio para dois lados não é pequeno.
Quando um técnico tem um preparador físico ao seu lado não é toa. Ele quer porque quer alguém que ministre os exercícios e as atividades de olho na sua configuração tática. Ele pensa e o preparador abre caminho para os atletas executarem.
É neste campo que as sutilezas aparecem.
Gilson Kleina é um treinador com apreciação pelos times com vitalidade física. Não confunda tal conceito com virilidade e sim a capacidade de utilizar a força e a intensidade para retomar a posse de bola e construir ataques em velocidade. E prevalecer nas divididas. Evidente que o time vai ser preparado fisicamente para tal tarefa.
O problema é que Juvenilson Souza, profissional competente e antenado, sempre trabalhou com treinadores que, ou buscavam a proposição de jogo ou o toque de bola e a força ofensiva, sendo que o modelo mais emblemático é o de Marcelo Oliveira.
Lembre-se que quando foi contratado, Juvenilson encaixava-se no desejo da diretoria de buscar um jogo mais propositivo. Tanto que Kleina foi desligado em 18 de fevereiro de 2020 e dois dias depois Juvenilson foi contratado. E João Brigatti chegou no clube com essa missão: fazer o time ter a iniciativa e a bola. Juvenilson fazia parte do plano.
Esses dois modelos terão que se entender e buscar uma terceira. Por aquilo que declarou na entrevista coletiva não falta disposição de entendimento por parte de Gilson Kleina. “Eu conheço o profissional Juvenílson do mercado do futebol. Trabalhamos sempre contra, mas sempre escutando da competência desse profissional. Agora, é um privilégio de estar trabalhando juntos. Nós estamos tendo algumas conversas sobre os nossos pontos de vistas. Não que a gente quer divergir muito, mas eu entendo que, para gente ter esse modelo de jogo que nós estamos implementando, faz-se necessário uma compactação e uma movimentação muito fortes dos setores”, afirmou.
Espera-se que o entrosamento ocorra no menor tempo possível. E que a Ponte Preta saia vencedora.
(Elias Aredes Junior)