Na entrevista coletiva concedida após a vitória sobre o Londrina, o técnico pontepretano Gilson Kleina abordou um assunto que vale a pena ser retomado: a da influência das redes sociais no noticiário do futebol nacional.
De modo coerente, o treinador deixou claro que não é o caso de colocar a cabeça em um buraco e ignorar o fenômeno como querem alguns. A necessidade é entender o seu funcionamento e consequência.
Ouça o áudio abaixo:
A sua breve reflexão gera uma série de desdobramentos. Penso que acompanhar os jogos com o celular na mão é uma realidade. Como utilizar a internet como canal de expressão não pode ser desprezado. Aliás, deveria servir como reflexão para as assessorias de comunicação de clubes do mundo todo.
Do que adianta controlar as entrevistas se em um mísero post o craque da vez pode desabar tudo?
A declaração de Gilson Kleina poderá nos provocar um incômodo: as oportunidades perdidas por torcedores e nós, cronistas esportivos.
A internet oferece quantidade infinita de informações. Com antecedência podemos saber de que forma o adversário do nosso time poderá jogar, quais os desfalques e os problemas internos.
Um clique basta para conectar jornais do mundo inteiro. Nossa mente seria mais arejada e poderíamos acompanhar de maneira mais justa o desempenho pontepretano no gramado.
O que acontece é o contrário. Ficamos fechados em bolhas, conversamos ou com jornalistas da nossa cidade ou quando somos torcedores queremos consumir apenas noticias de nosso time. Uma bolha obstusa, sem nexo e que por vezes impede de fazer um julgamento mais justo. Inevitável surgir o ruído.
Resumo da ópera: a internet aprofundou o provincianismo presente em cada torcedor campineiro. Na Ponte Preta não seria diferente. Perdem todos.
(Elias Aredes Junior)