Jornalista falecido neste ano, Márcio Calafiori foi meu chefe em duas oportunidades. No Diário do Povo e na sucursal campineira do Diário Popular.
Era rigoroso. Bem humorado. Obstinado pela informação e pelo texto impecável. Em determinado dia, pediu para que eu corrigisse por 10, 20 vezes. No dia seguinte, verifiquei uma nova alteração no trabalho publicado. Sua resposta foi desconcertante: “O texto estava bom. Deixei ainda melhor”.
Quem sou eu para encaminhar conselhos mas gostaria de verificar tal comportamento no técnico Thiago Carpini. A atuação ficou aquém do esperado? A torcida reclamou? O rendimento foi uma tragédia? A derrota para o Botafogo doeu? Verdade cristalina.
Pois este é a hora de Carpini estudar de modo profundo. Buscar soluções já para o jogo de quinta-feira diante do Cuiabá. Se todos afirmam (inclusive este Só Dérbi) que o Alviverde é limitado, que ele encontre soluções dentro do elenco. E que não enxergamos.
Carpini tem que fugir de uma armadilha do futebol brasileiro: o comodismo. Treinadores consagrados não mudam o disco e apostam na mesma metodologia de trabalho, independente do clube em que esteja. Por anos. Décadas.
A derrota não pode servir de acomodação e sim para catapultar a superação de limites. No gramado e no banco de reservas. Que Carpini siga tal preceito. O Guarani só vai ganhar.
(Elias Aredes Junior- foto David Oliveira-Divulgação)