Uma declaração dada por Felipe Conceição após o triunfo sobre o CSA passou batido e deveria ser objeto de análise e apreciação.
Quando indagado a respeito do rendimento daqueles que entraram no gramado ele disse o seguinte: “Estou muito feliz com a evolução da equipe, com a consistência e com a utilização dos meninos da base. É um trabalho que não é só para ganhar no domingo. A médio e longo prazo, vai dar muitos frutos para o Guarani”, afirmou.
Felipe Conceição acordou todos para uma realidade. Uma equipe com a tradição do Guarani não deveria ficar enlouquecido no mercado a cada final de temporada a procura de jogadores. Não poderia achar normal montar um elenco cheio de garotos para a Copa Paulista e ver o time perder de 5 a 0 para a Portuguesa.
A normalidade do Guarani seria categoria de base forte, com revelação sistemática de jogadores e calcada na qualidade. E com participação de excelência nas categorias de base.
Na sexta-feira, os laterais Eilel e Bidu foram acionados assim como Lucas Ramon. O que era normalidade no passado virou algo excepcional.
Em 2007, quando subiu para a Série A-1 do Paulistão, o Guarani, sob o comando de Carbone tinha jogadores como Xandão, Danilo Silva, Deyvid, Assunção e Vitor Rossini.
Muitos não eram extraclasse. Mas quanto o clube economizou ao apelar a esses operários da bola? Desde então, o Guarani passou a viver de “times de aluguel”, expressão cunhada pelo saudoso técnico Vadão para explicar o sucesso do time vice-campeão da Série B de 2009. E a metodologia permaneceu nos anos posteriores.
A declaração do atual técnico bugrino é um chamamento, um clamor para que o Guarani aos poucos retome a sua vocação histórica.
Que volte a garimpar jogadores de qualidade para as categorias de base ou que consiga coletar jogadores capazes nas equipes do interior do estado e que não tenham a projeção merecida. Quem conhece a história e a trajetória sabe que ele é um gigante adormecido. Basta encontrar o despertador correto.
(Elias Aredes Junior)