Para quem é analista de futebol a tarefa agora inclue novas modalidades e parâmetros de avaliação. Temos que ser um mix de critico de teatro (que só analisa a obra feita) com uma mistura de filosofo e com pitadas de psicologia para incluir uma boa dose de compreensão e empatia. Faço tal analogia ao refletir sobre a escalação e atuação do Guarani diante do CRB.
Ninguém aqui vai dourar a pílula. O segundo tempo exibiu um rendimento bugrino decepcionante. Primeiro satisfatório. Agora, é lógico que não há como ignorar a escalação de Cristovam improvisado na zaga, Bidu praticamente como armador e a exclusão de Rafael Costa.
Você bate o olho e pode perfeitamente chegar a conclusão de aquela decisão foi um engano. Fracasso. Mas existe um componente do qual não podemos fugir: o treinador está de posse de todas as informações. Ele conhece o vestiário, o estado emocional dos jogadores e sua motivação para determinado desafio. Mais: não podemos esquecer que um treinamento, por menor que seja sua duração é uma simulação daquilo que ocorrerá no jogos. Primeira realidade dura: não sabemos como foram feitas as atividades. Uma suposição: a comissão técnica pode ter testado Titi ou Bianconi na zaga e a resposta não ter sido satisfatória. Vale a pena queimar duas jovens revelações? Ou conceder responsabilidade para alguém mais experiente como Cristóvam? Resposta: nunca saberemos. Não acompanhamos o treino. Fato.
Outra reflexão: Marcelo e Bruno Sávio retornaram após a quarentena da Covid. O primeiro ficou na reserva e o segundo foi titular. Critérios diferentes? Concordo. Mas você já parou para pensar que mesmo com todas as dificuldades, um clube como Guarani disponibiliza uma série de testes físicos para saber a real condição do atleta? Que podem ter chegado a conclusão teria mais condições e o outro jogador deveria ser mais preservado?
Futebol na atualidade é ciência. Informação. Detalhes. Diante disso, devemos criticar sim o rendimento da equipe. Deixou a desejar. Precisa melhorar. Mas as decisões que levaram a escalação devemos respeitar. E procurar investigar.
(Elias Aredes Junior-foto com Douglas Araújo-CRB)