Guarani na reta final da Série B: que tal ninguém atrapalhar?

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Com 41 pontos e na sétima posição e a dois pontos da zona de classificação, o sonho do acesso está palpável ao Guarani. Um aproveitamento de, no mínimo, 55% nas 11 rodadas decisivas pode ser suficiente. No entanto, uma cartilha deveria ser seguida. Prioridade é faturar os R$ 50 milhões previstos de orçamento para 2019.

A medida inicial é deixar Umberto Louzer trabalhar em paz. Queiramos ou não, o treinador atua em um clube deficitário em estrutura, com poucos recursos financeiros e com um elenco que oferece alternativas escassas. Detalhe: na Série A2 era pior. E jogo sim, jogo não, torcedores e dirigentes nos bastidores torcem o nariz ao seu trabalho. Pedem sua cabeça. Querem uma troca de treinador que dificilmente dará resultado. Comete falhas? Utiliza jogadores que nem deveria jogar? Concordo. Mas não devemos esquecer que Umberto Louzer comanda uma equipe, hoje, livre da dependência de Fumagalli, o principal ídolo nesta década. Se vencer o CSA na próxima rodada, praticamente garante a permanência na competição e ainda tem 10 jogos para buscar o olimpo. Como dizer que esse trabalho é ruim?

Outra ajuda seria por parte do Conselho de Administração. Nesta reta final, em que todos os concorrentes destilam energia na busca de algo que poderá trazer estabilidade financeira em 2019, chega a ser uma temeridade discutir processo de terceirização do departamento de futebol. Por que? Para que? Com qual objetivo?

Salários podem ficar atrasados? O Guarani dispõe de investidores e colaboradores que não vão negar um auxílio para proporcionar tranquilidade aos jogadores, comissão técnica e funcionários na parte decisiva da Série B. Isso quer dizer que o tema deva ser desprezado? Nada disso. Só é uma questão de prudência. Esperar o final de novembro e iniciar o debate para definir até janeiro quem assume o futebol profissional. Tudo em seu tempo.

Se tais comportamentos persistirem, é coerente cravar que o principal adversário do Guarani não estará no gramado, e sim nos corredores do Brinco de Ouro e nas redes sociais. Não é hora de baixar de guarda, mas de mente aberta para entender o momento. Antes que seja tarde.

(análise feita por Elias Aredes Junior)