Hélio dos Anjos, Ponte Preta e uma velha máxima: é melhor perder os anéis do que os dedos!

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Ao conversar com alguns torcedores pontepretanos na tarde desta segunda-feira, dia 09 de maio, senti que muitos tinham o mesmo pensamento do companheiro Rodolfo Santos, que participa semanalmente do “Domingo Bola”, o programa de debates e entrevistas do portal Só Dérbi. Muitos reclamaram da postura acovardada da Macaca, a falta de chutes a gol e a ausência de se explorar com mais contundências as debilidades do Guarani no sistema defensivo.

Eu, no lugar de qualquer integrante da Comissão técnica da Macaca, utilizaria os 15 minutos iniciais do jogo para demonstrar como a decisão foi acertada. Na visão deles, ok!?

Recorde: a Ponte Preta iniciou a marcação adiantada e pressionava a saída de bola do Guarani. Ganhava alguns rebotes e parecia que ameaçaria o gol bugrino. Até que uma bola foi esticada no lado direito e Bruno José disparou de modo vertigionoso.

A marcação não deu conta e o corte defensivo evitou o pior. Só que a blitz continuou e o time criou três, quatro chances que quase terminaram em gol para o Guarani. Depois, a Macaca trancou tudo e teve o jogo sob controle defensivo em boa parte do tempo.

Sim, eu aprecio técnicos que arriscam, atacam e encurralam o oponente.

Provavelmente não adotaria a postura de Hélio dos Anjos. Só que preciso entender algumas premissas. A principal é que ele acompanha os treinamentos e sabe até onde o time pode chegar. E conhece as virtudes e defeitos de seus jogadores. 

Pare e pense: Hélio dos Anjos é um técnico que tem um time limitado na mão e em formação. Conseguiu a muito custo construir uma sequência de bons resultados. Com sangue, suor e lágrimas.

A ousadia poderia lhe premiar? Com certeza. Bastava Lucca enfiar o pé na bola, a rede balançar e a festa seria plena. Só que o revés também é verdadeiro: um contra-ataque, um gol do Guarani e tudo cairia. E as mesmas redes sociais que hoje reclamam por causa de um empate certamente detonariam uma revolução em casa de derrota no Brinco de Ouro. Mesmo se a postura fosse ousada. Talvez até pedissem a cabeça de Hélio dos Anjos.

Jogar ousado seria atuar com pensamento exclusivo no dérbi. Atuar com cuidados e apurar um empate tem dois significados: pensar no campeonato – 45 pontos no horizonte!- e sobreviver na selva do futebol.

Não concordo, mas compreendo a decisão do treinador pontepretano. Ele achou melhor recuar um passo para dar três passos adiante. Agora é aguardar o confronto com o Novorizonto e verificar se o planejamento será cumprido à risca.

(Elias Aredes Junior-Foto de Álvaro Junior-Pontepress)