A vida de treinador é pontuada por decisões complexas. Pode parecer fácil, mas o gol bugrino encontra-se em um impasse. Para quem não frequenta o vestiário, não comanda os treinamentos e nem é responsável pela escalação, colocar Jefferson Paulino na reserva é o caminho adequado após a falha contra o Oeste. Afinal, Matheus Cavichiolli foi contratado com o objetivo de envergar a titularidade. Tanto que está inscrito com a número 01.
Mas não deveria ter sido feito no início? Fato é que Thiago Carpini e o novo preparador de goleiros deram um voto de confiança ao outrora titular da Série B do ano passado. Apesar da desconfiança de parte das arquibancadas .
Tirar o jogador neste instante pode destruir de vez a sua confiança. Você passa a ter na reserva alguém de astral baixo, que sente-se sem respaldo da comissão técnica para quando ocorrer um deslize.
Cavichiolli precisa sentir que sua estadia não é em vão. Se a decisão for pela manutenção de Jeferson, certamente uma conversa terá que ser realizada.
Tudo isso pode ocorrer por um motivo simples: o aspecto emocional e de relacionamento contam muito no relacionamento em esporte de alto nível.
No fundo, no fundo, Carpini deve saber que a definição do titular do gol bugrino dessa vez passará longe da questão técnica. O componente humanitário será fundamental. Que tenha a sensibilidade para tomar a melhor decisão.
(Elias Aredes Junior- foto de David Oliveira-Guaranipress)