Comemoramos nesta quarta-feira, dia primeiro de maio, o dia do Trabalhador. Alguns estarão em suas casas. Outros participarão de atos patrocinados pelas centrais sindicais. Infelizmente, um contingente nada desprezível está inserido nos 13 milhões daqueles que não tem qualquer ocupação. E tem gente que vai calçar chuteira, vestir camisa, short e entrar no gramado cercado de pessoas. São os atletas profissionais de futebol.
O glamour criado pela imprensa e pela própria categoria faz com que muitos imaginem que ser jogador de futebol no Brasil é sinônimo de riqueza e independência financeira. Longe disso. Dados publicados pela Folha de S. Paulo no ano passado e com base em relatórios do extinto ministério do trabalho atestam que apenas 3% dos jogadores brasileiros ganham acima de R$ 51 mil. No ano passado, o ganho médio encontrava-se em R$ 3656. Convenhamos: longe para ter capacidade de arrematar um palacete.
E quando isso acontece muitas vezes é por acordos firmados para inflar rendimentos. No processo impetrado pelo ex-volante pontepretano João Vitor existe a descrição de que os seus rendimentos mensais era de R$ 56 mil mensais. Só que desse total, R$ 20 mil era referente ao pagamento de luvas. Ou seja, João Vitor é, no máximo um classe média da bola. Longe de ser rico.
O que dizer então de garotos como Chiclete e Felipe Diadema que iniciam a carreira com vencimentos de R$ 1,2 mil e muitas vezes não veem a cor do dinheiro?
Jogador de futebol de certa forma vive o sistema de exclusão da sociedade brasileira. Muitos recebem parcos salários para que muitos desfrutem do mundo de sonhos.
(Elias Aredes Junior)