Jorginho utiliza entrevista para emitir recados importantes. Que todos entendam. Antes que seja tarde!

1
1.733 views

Bons entrevistados são capazes de emitirem seus recados sem ferir suscetibilidades e de quebra sustentar a credibilidade conquistada. As declarações de Jorginho na última sexta-feira deveriam servir nunca para estabelecer expectativas para a final do Torneio do Interior e sim como alicerce de reflexão para o futuro da Ponte Preta.

Dizer que existe uma tabelinha com a diretoria é ótimo sinal e demonstra sintonia com os gabinetes, mas quando evoca a necessidade de criatividade e dos parcos recursos, o recado é claro: a Macaca está sem potencial financeiro para ser comparado com concorrentes do porte de Sport, Vitória e Coritiba.

Terá que montar uma equipe sem erros ou gordura desnecessária. Mais: quem está mal terá que de um jeito ou de outro jogar um futebol adequado as necessidades da série B do Campeonato Brasileiro. Dou um exemplo: Hugo Cabral ainda não é aceito pela torcida. Mas jamais é o caso de dispensá-lo e sim de insistir com ele até que ele produza o necessário.

Rafael Longuine enquadra-se no cenário. Quando Jorginho defende o atleta não é apenas por uma questão de caráter e sim por entender que as opções ofensivas no futebol brasileiro são escassas. Resumo: é preciso esperar a recuperação do atleta e torcer por sua excelência.

Quando afirma que a saída do goleiro Ivan pode estar próximo, Jorginho, de modo elegante e delicado vai no que é essencial: a Alvinegra tem recursos escassos. Como não tem mais a ajuda financeira externa, o jeito é apelar para a criatividade. Sim, vender atletas por enquanto é uma saída viável, desde que a reposição seja executada de modo acertado.

Como Ygor Vinhas teve boa produtividade no Torneio do Interior, a estrada fica aberta. Lógico, o ideal e desejável seria ficar com os dois. Mas como Jorginho escancarado, a Alvinegra tem duas prioridades até novembro: subir à divisão de elite e sobreviver financeiramente e sem depender de ninguém.

Que a torcida e os dirigentes tenham a mesma percepção do técnico pontepretano.

(análise feita por Elias Aredes Junior)