Juíza explica futuro do Guarani sem o Brinco de Ouro e detalha redução das dívidas

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Depois de o Tribunal Superior do Trabalho (TST) colocar ponto final na disputa pela posse do Brinco de Ouro da Princesa e determinar que o estádio fica nas mãos do Grupo Magnum, do empresário Roberto Graziano, o futuro da casa do Guarani teve novo capítulo assegurado nesta quinta-feira.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas, a Drª Ana Cláudia Torres Vianna, magistrada que administra do caso há mais de três anos, garantiu que o Bugre só deixa seu patrimônio histórico quando o parceiro finalizar a construção da arena, conforme registrado no contrato entre as partes.

“Tudo isso foi muito bem conversado. O Guarani deixa o Brinco se tiver lugar para ir. A decisão do TST indica que nenhum outro recurso pode revertê-la. A propriedade da Magnum ainda precisa ser ajustava e não está determinado quando definitivamente entra em vigor. O trabalho ainda é extenso. É preciso também achar um terreno e construir o Centro de Treinamento. Como a decisão foi em última instância, a Maxion Empreendimentos Imobiliários não reverte o caso. A partir de agora, o processo terá melhor prosseguimento”, explicou.

A venda do Brinco foi a principal razão para reduzir o endividamento do clube. Na visão da togada, o passivo alviverde está em constante redução. “Na minha estimativa, no primeiro quadro, havia mais de 400 processos. No segundo, foram mais de 100. Agora, restaram alguns problemas grandes, com créditos maiores e que exigem negociação específica. Recentemente, o Guarani quitou muita multa, seja por atraso de acordo ou por não cumprir o trato com a Justiça. Desde que assumi o caso, tentei pagar 100% dos direitos trabalhistas e não as multas. Isso causou boa economia. Agora são cerca de 40 trabalhadores para os quais a instituição deve”, explicou.

Questionada sobre o montante total pago pelo Bugre, Ana Cláudia desconheceu os valores, mas garantiu que o combinado está sendo cumprido. “Tenho uma auditoria do processo, mas não tenho os números fechados de tudo que foi pago. As negociações estão sendo muito transparentes. O presidente Palmeron Mendes Filho antecipou que a construção vai começar pelo CT. Garanto que não haverá conta escondida, nem prejuízo ao Guarani caso o acordo com o Grazino seja desfeito. Está tudo bem amarrado”, assegurou.

A juíza admitiu que pretende intermediar as relações entre os dirigentes campineiros e Roberto Graziano para que o projeto seja finalizado em até dois anos. “Toda receita das Federações são penhoradas na Justiça. Ou seja, 80% vai para o ativo, destinado às finanças mensais, e 20% é encaminhado ao acervo para pagar as dívidas vencidas. A previsão é de quitar tudo em seis meses e de construir a arena em dois anos. O importante é que os trabalhadores estão sendo pagos e o passivo tem diminuído. Toda receita do Guarani entra no processo, sempre é uma briga com dirigentes. Afinal, eles querem pagar salários e contratar jogadores. Temos nos reunido para achar equilíbrio nas contas”, encerrou.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: CEDOC)