Marcelo Bueno. Nome comum, figura impar. Conheci em meados de 2012, quando comecei minha trajetória na Rádio Central. Ainda não tínhamos a facilidade de comunicação dos dias atuais, mas ele dava um jeito. Mandava e-mail para o chefe de equipe, Álberto César, depois Facebook, Twitter, Whatsapp. O tema era único: Guarani Futebol Clube.
Celebrava as vitórias, analisava empates e derrotas e de vez em quando pegava no pé do jornalista que escreve estas mal traçadas linhas. Estivemos frente e frente algumas vezes e o saldo foi o melhor possível: papo fácil, frases rápidas, raciocínio lógico. Um torcedor do bem. Com conteúdo.
A vida prega peças. Faz a gente trafegar em estradas sinuosas. Perdi contato com Marcelo Bueno. Talvez por erro meu, admito. Em uma dessas brigas de redes sociais ele foi vitima da minha postura infeliz. Sou humano. Erro.
De algo tenho convicção: ama o Guarani incondicionalmente. Vibrou com a conquista da Série A-2 do Campeonato Paulista e acompanhava a Série B.
Eis que na terça feira o meu telefone é lotado de apelos. Marcelo Bueno havia desaparecido. Uma corrente de solidariedade é formada. Apreensão por 24 horas. Na quarta-feira pela manhã, o fim do desespero. Ele foi encontrado e agora está sob os cuidados de seus familiares.
Alegria por ver uma pessoa de bem salva e seus familiares felizes. São as surpresas boas da vida. Sem pestanejar, fico com a sensação de angústia no peito.
De pensar como às vezes prejudicamos quem está ao nosso redor sem saber. Vivemos um clima de ódio, sem compaixão pelo semelhante e uma busca de perfeição inadequada que, mesmo sem saber, ferimos e prejudicamos quem está ao nosso redor. Isso precisa acabar.
Que Marcelo Bueno tenha plena recuperação. Que sua família receba todo o respaldo possível na reconstrução de ambiente saudável após um susto sem precedentes. E que Marcelo Bueno volte a sentar nas arquibancadas do Brinco de Ouro. Ele faz bem ao futebol e ao Guarani.
(análise feita por Elias Aredes Junior)