Missão dura escolher o dirigente da década na Ponte Preta. Tivemos a impressão que na maior parte do tempo, não existia autonomia na tomada de decisões. Existe um destaque: Márcio Della Volpe.
Coloco de cara: se existem acusações contra ele, que a Justiça julgue e dê a devida punição. Particularmente, considero que ele tem muita coisa para explicar. Só que ao mesmo seja insano apagar a sua participação em passagens vitais da história da Ponte Preta.
Estamos aqui para analisar prós e contras de cada personagem da história pontepretana e sua atuação no futebol. No período de 2011 a 2020 ninguém superou o protagonismo do empresário. Como também ninguém sequer chegou perto de Marco Antonio Eberlim entre 2001 e 2010.
Faça uma viagem no tempo. Pense que de 2007 a 2010, Sérgio Carnielli teve interferência direta no futebol da Ponte Preta após a saída de Eberlim. Colocou rios de dinheiro no clube e o máximo que conseguiu foi a quinta colocação na Série B de 2008 e o vice-campeonato paulista do mesmo ano.
Eis que no final do ano, Carnielli entrega a gestão do futebol para Márcio Della Volpe e Miguel de Ciurcio, que juntamente com o atual empresário Niquinho Martins tirou um coelho da cartola: a contratação de Gilson Kleina, que levou o time as quartas de final do Paulistão de 2011 e ao acesso. Detalhe: sem extravagâncias.
O desafio era permanecer na divisão de elite. Della Volpe convocou Ocimar Bolicenho. Que pode não ter tido resultados auspiciosos no futebol, mas organizou o departamento. Demonstrou conhecimento na área.
Só que o pulo do gato para Della Volpe foi certamente o segundo semestre de 2013. É verdade que o time foi rebaixado, mas o vice-campeonato na Sul-Americana fez o torcedor sonhar com um título.
O olimpo ficou muito próximo e não há torcedor da Macaca esqueça as caravanas pelo exterior e a invasão no Pacaembu com 30 mil torcedores. O futebol é movido por sonhos. Sem eles, não há razão de existir a modalidade. E Márcio Della Volpe com sua decisão de apoiar Jorginho em busca de uma vitória contra o Veléz Sarfield construiu uma memória afetiva eterna. Qual o valor disso?
Com estes fatos colocados na mesa, Della Volpe é o dirigente da Ponte Preta na década.
(Elias Aredes Junior)