Guerreiros da Tribo, Torcida Jovem, Furia Independente, Bugrinas em Ação. Torcidas Organizadas e Organizações Não Governamentais compostas por torcedores bugrinos desempenham um papel primoroso de solidariedade nesta quarentena gerada pela Covid-19.
Sem recursos, mas com muita disposição e energia, estas pessoas, muitas delas anônimas, dedicam seu tempo e energia para ajudar quem precisa. E se a transmissão ao vivo promovida pelo Guarani deu resultado, estes grupos tiveram papel preponderante.
Será que é correto criminalizar o torcedor organizado? Fico cada vez mais convicto da resposta negativa. Primeiro porque é preciso estudo, dedicação e clarividência para estudar o fenômeno das torcidas organizadas e seus frutos.
No fundo, no fundo, essas agremiações se constituem o último bastião para a inserção do torcedor pobre dentro do universo do futebol. Por intermédio do pagamento de mensalidade e na organização de caravanas, esses adolescentes oriundos da periferia são inseridos no universo do futebol. Mais: são guardiões do próprio símbolo do clube, mesmo que tenham seus próprios adereços.
Tem gente violenta? Tem. Existem péssimos elementos infiltrados? Com certeza. Essas figuras protagonizam atos de violência e de morte? Não há dúvida. E Devem ser punidos exemplarmente pela justiça, como foram aqueles registrados nos últimos anos em Campinas.
Mas o sociólogo Mauricio Murad afirma que, com base em suas pesquisas, apenas 5% dos componentes das torcidas organizadas são violentos.
Os atos de solidariedade protagonizados por torcedores bugrinos mostram que vale a pena investir e defender os 95% daqueles que apenas amam o seu time e estão com saudade da festa do futebol.
(Elias Aredes Junior)