A Ponte Preta perdeu do Corinthians por 2 a 1 e os torcedores da Macaca reclamam sobre as decisões da arbitragem, que deixou de marcação um pênalti favorável a alvinegra. Sim, a reclamação é justa. Só que agora o correto é utilizar os 90 minutos disputados na Arena Itaquera como parâmetro de análise para o restante da temporada.
O Corinthians jogou com time reserva? Sim. Isso não quer dizer que existam jogadores limitados aos borbotões. O banco de reservas tinha atletas do quilate do centroavante André e os titulares contaram com a experiência do armador Danilo, do lateral-direito Edilson e um goleiro renomado como Cássio. Ou seja, existia gabarito. Mais: este será o grau de dificuldade minimo a ser enfrentado no Campeonato Brasileiro.
Muito longe do patamar técnico das equipes do iinterior do Estado de São Paulo, que vão disputar, no máximo, a Série B do Brasileiro. Não custa lembrar sobre a responsabilidade da Alvinegra de ser a única do interior a defender o galhardão na divisão de elite.
Neste quadro, dá para afirmar com toda a certeza: o bom jogo feito pela Macaca não escondeu a necessidade de ajustes, contratações e reforços para o futuro. A derrota serve como alerta de que algo precisa ser feito. Rápido. Antes que seja tarde.
Defesa com jogadores limitados. O que fazer?
Pegue a formação titular e reflita. Na defesa, o goleiro João Carlos cresceu tecnicamente após as especulações em torno de Felipe. Pegou três pênaltis em dois jogos. Não é pouco. O lateral direito Jeferson é uma realidade e deu conta do recado enquanto que Reinaldo colocou dúvidas na mente do torcedor. No primeiro jogo realmente gigante – sim, o time reserva do Corinthians é superior ao São Paulo e pouco abaixo do Santos – o lateral vacilou em lances decisivos.
Na zaga, por sua vez, não há dúvidas: o time precisa de ajustes e contratações. Fábio Ferreira é limitado e tem dificuldades para marcar atacantes de velocidade. Suas incursões ao ataque por vezes são mais uma busca de redenção momentânea do que uma estratégia combinada com o treinador. Douglas Grolli, por sua vez, não pegou Balbuena no lance do gol decisivo, mas exibiu perpectiva de melhoria.
Falta versatilidade no meio-campo
No meio-campo, seria interessante perguntar a direção da Ponte Preta o que ela deseja. Se as esperanças serão colocadas sobre Jonas, um cabeça de área com bom poder de marcação mas atabalhoado em lances capitais, siga em frente; caso o sonho seja a de contar com um outro atleta que reedite o trabalho de Fernando Bob, então a saída é entrar no mercado da bola. João Vitor e Ravanelli, por sua vez, podem e devem ser utilizados no Brasileirão.
O atacante Clayson, por sua vez, apesar das tentativas de Alexandre Gallo de emplacá-lo como titular, o atleta é decepcionante. Primeiro porque esconde-se do jogo e não busca um posicionamento adequado. E também porque nas poucas vezes que pega na bola, não consegue viabilizar um lance produtivo.
Taticamente, Felipe Azevedo é precioso e tem lampejos interessantes e ainda pode render frutos, especialmente se jogar pelo lado direito e Rhayner for posicionado no lado esquerdo, local em que se consagrou no Vitória (BA).
Contratações: é hora de agir
Wellington Paulista? Tem crédito, é artilheiro, responsável, lutador, mas a má fase é clara e cristalina. Vale reforçar a aposta? Sim, vale.
A derrota para o Corinthians poderá levar a conclusão de que para o Brasileirão serão necessárias mais quatro contratações para o time titular e um contingente para formar o banco de reservas. Defendo a chegada de 14 ou 15 jogadores. Pode chegar mais? As contratações podem ser diminutas? Independente da resposta, algo é certo: a diretoria da Ponte Preta não pode ficar parada.
(análise feita por Elias Aredes Junior-Foto Agência Corinthians)