O desafio do Guarani na atualidade: fazer muito com pouco, quase nada!

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Pense de maneira hipotética. O Guarani na reta final do turno inicial com o atacante Rafael Silva, os zagueiros William Rocha e Ewerthon Páscoa e Eliandro em boa fase técnico e com gols na contabilidade.

Não é necessário ser bruxo para prever que o Guarani certamente não acumularia apenas três pontos nos últimos seis jogos. Poderia até ser páreo duro ao Internacional de Porto Alegre.

Nos últimos anos os dirigentes estiveram mais preocupados em satisfazer suas vaidades do que em estruturar o clube. O Alviverde paga o preço pela negligência. Não tem estrutura para encurtar o tempo de recuperação dos jogadores e  o técnico Oswaldo Alvarez fica sem opções relevantes.

Detalhe: os integrantes do departamento médico, fisiologia e fisioterapia não tem culpa. Fazem milagre Como disse maneira feliz meu amigo e colega de Só Dérbi Julio Nascimento pedir para o Guarani exibir excelência com tal estrutura é como exigir que radialista fale sem microfone. Não dá.

As medidas não foram tomadas e a prioridade está colocada a vista de todos: o Guarani precisa bloquear o processo de queda livre. Tem que reagir imediatamente, somar pontos e alcançar rapidamente os 48 pontos. Em suma: cumprir as duas próximas minimetas.

Vadão tem a qualidade louvável de  postar seus times a frente. Instigar o espírito ofensivo nos atletas e apostar que na construção emocional como trunfo para suportar as adversidades. Confiança, em resumo.

Só que queiramos ou não, o time hoje padece de opções ofensivas e tem queda defensiva. Nos últimos sete jogos, o time balançou as redes seis vezes e tomou nove gols. Só não sofreu gols na vitória contra o Goiás e no empate sem gols contra o América Mineiro.

Para se ter uma ideia, basta dizer que na segunda minimeta, quando o time fez 10 pontos, o saldo foi de seis gols anotados e seis tomados e não sofreu gols diante de Paysandu, Oeste e ABC.

Qual a moral da história? É mudar o sistema defensivos e não apenas na parte nominal. Buscar reforçar a proteção aos zagueiros. O Guarani tem defensores muito mais focados na técnica e na estatura do que na velocidade. Ou seja, não contam com grande poder de recuperação. Diego Jussani é a principal vítima. Toda vez que sai para o combate no mano e mano, a perspectiva de problema é evidente.

Solução?

Testar um volante quase fixo a frente dos zagueiros para atuar como espécie de para-brisa. Seria o responsável por dar o primeiro combate e os beques ficariam encarregados apenas de pegar as sobras e de sair jogando em direção ao ataque.

Como anteriormente não havia necessidade? Simples: Braian Samúdio auxiliava na pegada defensiva, Bruno Nazário também colaborava e o próprio Claudinho, apesar das deficiências técnicas na parte ofensiva era participativa da sua maneira.

Este cenário não existe mais. Richarlyson e Evandro costumeiramente vão á frente (como Auremir), Fumagalli não tem pique para voltar e Eliandro tem utilidade na bola parada defensiva e não no cerco dos espaços. Evandro ou Richarlyson terão que renunciar ao ataque. Caso contrário, a peneira continuará.

Ataque? Enquanto o Guarani não encontrar um atacante de velocidade para desafogar pelos lados e puxar o contra-ataque, são duas opções: o chutão e o lançamento longo na direção do centroavante Eliandro para tentar criar alguma situação ou as jogadas de bola paradas lateral para aproveitamento dos jogadores. É pouco? Concordo. Mas é o que Guarani tem para o momento.

(análise feita por Elias Aredes Junior-Foto Rafael Fernandes-Guaranifc)