Gosto e preciso trocar ideias sobre futebol. Leio diversas tendências e confronto com minhas convicções. Existe uma divisão em relação ao diagnóstico sobre o atual rendimento do time da Ponte Preta. Alguns cronistas especialistas consideram que a evolução é clara, conceito absorvido pela torcida. Outros consideram que existem um longo caminho a ser percorrido.
Prefiro trilhar pelo caminho da reflexão. Primeiro ponto: o que é o futebol brasileiro na atualidade? No saldo total, temos campeonatos de baixo nível técnico e com poucos jogadores com poder de decisão. Há quatro anos, a Ponte Preta tinha atletas como Adrianinho e Renato Cajá para escolher como titulares no meio-campo na Série B.
Hoje, a realidade é diferente. Não só na Macaca, mas de todos os concorrentes. Existe um risco de queda de produção, mas veja que o Fortaleza é líder da Série B e tem jogadores medianos como Osvaldo e Gustagol.
Em condições normais, desde a primeira rodada, estaria na zona intermediária. É líder. O Coritiba, tido como bicho papão antes da bola rolar, está recheado de garotos. Ou seja, ninguém nada de braçada.
O que faz a diferença? O trabalho do treinador. E convenhamos: se Rogério Ceni, recém-iniciado na profissão, consegue destacar-se no meio de cobras criadas é porque o nível também não está lá essas coisas. Digo isso para expor que Doriva está longe de ser Rinus Michels ou Telê Santana. Tem capacidade mediana.
Por enquanto, a Ponte Preta e nenhum time da Série B um time compacto como fazia Tite no Corinthians ou faz Fábio Carille. Ou seja, uma equipe capaz de ocupar apenas ocupar 25 metros do campo.
Ainda existem lacunas em determinadas passagens do jogo. O meio-campo em todos os jogos teve sobressaltos, com Tiago Real com rendimento abaixo do esperado e Paulinho sendo o armador na prática.
Só que tais imprevistos não escondem o bom posicionamento defensivo em outros fundamentos, como a proteção executada pelos volantes, a atenção no rebote defensivo e a recomposição quando ocorre a perda da posse de bola.
Na maioria das vezes, os momentos importantes da equipe surgem ou por erros da zaga adversária ou pela inversão pelos lados e a jogada de velocidade com André Luís?
É pouco? Sim. Poderia existir variação, infiltração constante pela faixa central, triangulação e outras estratégias? Sim. Imagine se, apesar do parco repertório, Felippe Cardoso fosse mais atento no Serra Dourada e em outros jogos a Macaca teria uma pontuação melhor.
Em resumo: antes o bom aluno precisava tirar 7,0 para passar de ano. Desta vez, uma nota 5 basta para fazer festa de formatura. É só estudar um pouquinho.
(análise feita por Elias Aredes Junior)