Leio e escuto comentários de torcedores bugrinos e até de militantes do mundo da bola que agora elogiam o elenco do Guarani. Afirmam em alto e bom som que não há fragilidade técnica e que bastava apenas um encaixe de filosofia por parte do treinador e foi isso que aconteceu com Thiago Carpini.
Escrevi artigos sobre as virtudes e méritos de Carpini. E acrescento uma figura que atende pelo nome de Leonardo Fagundes, o preparador físico atual. Não podemos esquecer que hoje a equipe corre os 90 minutos, algo que não acontecia no Campeonato Paulista. Fato. Carpini coloca os atletas para atuarem no limite. Fagundes tem boa parcela de participação.
Vamos retornar ao tema principal. Por que o torcedor bugrino não consegue separar os assuntos? Qual a dificuldade em admitir que a reação aconteceu por mérito da comissão técnica, mas também pelo baixíssimo nível técnico do Campeonato?
O torcedor não pode ser acometido de amnésia. Alguns fantasmas estão presentes. Ok, vamos ser otimistas e acreditar que Ferreira, caso seja acionado não errará uma bola sequer contra o Brasil de Pelotas. Alguém esqueceu de que o jogador, dedicado, quase foi agredido por causa de suas más atuações?
E os erros de Vitor Feijão? E a sua limitação técnica? O que pode-se dizer de Bruno Souza, que a cada jornada mete calafrios nas arquibancadas? Alguém por acaso também confia plenamente em Filipe Cirne? Não, não dá.
Hoje, todos celebram Klever. Com razão. Mas outros goleiros foram testados e fracassaram. Dá para acreditar em final feliz se o banco de reservas for acionado?
O torcedor terá todos os motivos para festejar a permanência caso ela seja concretizada. Colocar para debaixo do tapete as falhas de contratação, os erros da antiga composição do Conselho de Administração e a estadia na lanterna é ser alienado.
É querer que os erros sejam repetidos novamente. Estará na hora de uma parte da torcida entender que a excelência só é obtida com reflexão e admissão dos erros. E o que aconteceu nesta temporada não pode ser esquecido. Pelo contrário. Deve ser relembrado e guardado como aquilo que não se pode fazer. Pelo bem do clube.
(Elias Aredes Junior)