O Guarani sabe a força que tem?

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O Guarani é o campeão Brasileiro de 1978. É o vencedor da Bola de Prata de 1981. Ficou duas vezes com o vice-campeonato nacional, em 1986 e 1987. Faturou o segundo lugar nas edições do Paulistão de 1988 e 2012. Com um portifólio de tal calibre, o Alviverde deveria constituir-se em um “player” importante nos bastidores do futebol nacional.

Alguém capaz de influir até nas decisões da CBF. Afinal, como os próprios bugrinos gostam de vangloriar-se quem tem um currículo desses no interior paulista? Pois este jornalista responde com uma outra pergunta: do que adianta uma galeria de troféus lotada se não sabe usufruir dos dividendos?

Vamos a um exemplo prático. O Guarani disputará pela quarta vez seguida, a Série C do Campeonato Brasileiro. Estará em uma chave com outras 10 equipes e disputará 18 rodadas para tentar ficar entre os quatro primeiros colocados e automaticamente buscar o acesso à Série B. Um campeonato deficitário, de poucos atrativos e que em caso de eliminação gera uma ociosidade dificil de escapar do prejuízo financeiro.

Este  site já abordou que antes da estreia contra o Guaratinguetá, o Alviverde vai somar 463 dias paralisação ao contar os intervalos apurados desde 2013. Como impedir isso? Simples: turno e returno, pontos corridos e 38 rodadas. Os quatro primeiros são promovidos e os quatro piores vão para a Série D.

Reflita: neste período de três anos o que fizeram os ocupantes do Conselho de Administração do Guarani, tanto na gestão de Álvaro Negrão como de Horley Senna para viabilizar uma mudança de formula de disputa? Qual o movimento político foi feito para juntar Juventude, Fortaleza, Guarani e outros participantes para reivindicar uma alteração que conceda maior visibilidade? 

Nos últimos anos, a Caíxa Econômica Federal despejou dinheiro em clubes da Série A e B. Por que ninguém da Série C teve a ideia de sugerir que o banco estatal mudasse sua política de patrocinío e bancasse passagens e hospedagens na terceirona? Pois é.

Que o Guarani tem sua grandeza construída no gramado com heróis e vitórias disso ninguém duvida. Os dirigentes precisam tomar consciência de que esse patrimônio precisa ser utilizado em instantes de crise e instabilidade na busca do melhor panorama. É justo, legítimo, urgente. Que o acesso seja obtido e que também os dirigentes entendam que força política é para ser usada, nunca engavetada.

(análise feita por Elias Aredes Junior – Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)