Antes da bola rolar é comum a comissão técnica de qualquer equipe estipular uma projeção de pontos para classificação e a perspectiva jogo a jogo. De acordo com o potencial técnico do adversário, é possível saber o que esperar daquilo que está sendo trabalhado no dia a dia.
Nestes ajustes finais viabilizados antes da estreia na Série C, o Guarani acerta em realizar jogos treinos contra o Desportivo Brasil e Palmeiras, oponentes paulistas. Boa parte do destino bugrino será definido contra Guaratinguetá, Botafogo, Mogi Mirim e Portuguesa, integrantes do Grupo B da terceirona.
Todo confronto é relevante mas alguns ingredientes estarão nestes jogos e que ficarão ausentes diante de Macaé, Ipiranga, Juventude, Tombense e Macaé. O primeiro fator é rivalidade. O Mogi Mirim, por exemplo, esteve presente em passagens emblemáticas da história do Guarani, como em 2009, quando o Guarani caiu para a Série A-2 do Campeonato Paulista e viu o Sapão da Mogiana escapar por milagre graças ao trabalho de Givanildo de Oliveira.
Em relação ao Guaratinguetá, a lembrança mais forte fica em relação a 2015, quando o empate por 1 a 1 no jogo de ida, na casa do oponente, foi um fator preponderante para deixar escapar a participação nas quartas de final da terceirona. Mais: envolto em mistério em relação a formação do seu time, o Guaratinguetá tanto pode almejar a classificação como lutar contra a degola.
O Botafogo de Ribeirão Preto, por sua vez, conduz há tempos um trabalho consciente, de pé no chão e feito passo a passo. Chega não como pretendente a coadjuvante e sim como postulante a uma das quatro vagas. Quem contrata um atacante como Alemão, com perfil de disputa de Série B, não pode pretender outro objetivo.
E a Portuguesa? Algumas perguntas são fáceis de responder. Quer ver? A Lusa está em crise? Sim. Fragilizada financeiramente? Lógico. Carta fora do baralho? Nada disso. Pela sua capacidade de mobilização junto a colônia não é delírio imaginar uma recolocação no rol de favoritos. Basta dizer que o novo presidente da Portuguesa, José Luiz Teixeira, procurou o principal investidor do Osasco Audax, para o estabelecimento de uma parceria. Pegue esses ingredientes e acrescente a rivalidade fomentada nos últimos anos para presenciar a projeção de dois jogos emocionantes e equilibrados.
A reavaliação descrita deste “mini paulistão” a ser disputado pelo Guarani mostra que se conseguir faturar boa parte dos 24 pontos que disputará contra tais oponentes a classificação estará bem encaminhada. Resta ao Guarani fazer a sua parte.
(análise feita por Elias Aredes Junior- foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)