Osmar Loss: esconder a escalação é para evitar espionagem ou esconder

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Não conheço Osmar Loss . Por enquanto não há motivo para contestar a sua competência. No entanto, alguns de seus procedimentos poderiam ser evitados. Gera antipatia de graça, sem motivo. Indo direto ao ponto: sua determinação de sequer divulgar a escalação utilizada no jogo-treino contra a Internacional de Limeira foi excesso de zelo e produz reflexão sobre a utilidade da estratégia no dia a dia.

Em mundo normal, não existiria controvérsia sobre a divulgação dos titulares porque a imprensa, ao acompanhar a atividade, teria total cuidado em observar que está em curso um processo de construção e que as mudanças na partida fariam parte de uma atitude normal em pré-temporada. Seria uma prestação de serviço ao torcedor, que pode e precisa saber como seu time está escalado.

A atitude de Loss acompanha tendência nacional, que é a de fechar os treinamentos. Treinadores reclamam que a descrição de jogadas pode fornecer munição ao adversário.

Já ouvi, entretanto de um ex-dirigente de futebol uma tese na qual eu concordo. Na Europa, os treinamentos são fechados por uma questão cultural. No Brasil, o buraco é mais embaixo. Fecha-se treino para dar segurança ao atleta de futebol brasileiro, dotado de uma vaidade na mesma medida que insegurança. Ver um erro seu perpetuado por uma câmera de televisão é um pesadelo sem fim. Ele não pode ser humanizado. Precisa viver em seu mundo de fantasia. O treinador faz sua vontade.

Tem ainda a questão da qualidade. Os jogadores não tem o nível técnico de décadas passadas. Por vezes, a jogada era marcada, mas a criatividade resolvia. Pense um pouco: os adversários não marcavam as jogadas de Evair, João Paulo, Djalminha, Luizão, Jorge Mendonça? E porque nada impedia? Faça uma viagem no tempo e verá a resposta.

Osmar Loss fechar os treinos apenas porque reflete os nossos tempos, de um futebol milionário, vaidoso, mas com parca  qualidade.

(análise feita por Elias Aredes Junior)