Eu queria entender determinadas situações. Especialmente na Ponte Preta. Envolvida na luta pelo acesso, sua comunidade respira a Série B as 24 horas do dia. Fazem cálculos, traçam perspectivas, cobram melhorias por parte do técnico Gilson Kleina e cruzam os dedos para um final feliz em relação ao volante Lucas Mineiro e o armador Renato Cajá. Deveria ser algo presente em todos. Deveria.
Um grupo de torcedores pontepretanos vai na contramão. Torcem pela construção da Arena no Jardim Eulina. Ao invés de vibrarem com os gols de Vico e de Reginaldo, preferem celebrar um Power Point de um projeto que, por melhor que seja a intenção, ainda é embrionário. Não saiu do papel.
Esse grupo excêntrico talvez seja incapaz de ditar a escalação do atual time titular, mas é rápido no gatilho para dizer quantas vagas de estacionamento existirá no projeto encampado pelo ex-presidente Sérgio Carnielli. São 3.100 para os menos informados.
Sim, o tema é repetitivo. Já escrevi em outra oportunidade em relação a mesa do Conselho Deliberativo. A repetição é válida em virtude do que assisti na semana na Câmara Municipal. Tínhamos na mesa ao lado do vereador Gustavo Petta algumas personalidades da vida pontepretana, como o ex-presidente Vanderlei Pereira, Sebastião Arcanjo e Pedro Maciel.
Quero me ater ao primeiro. Confesso que jamais vi o ex-dirigente falar com tamanho entusiasmo do próprio time da Ponte Preta. Talvez nem quando chegou a final do Paulistão de 2017.
Os defensores da Arena Ponte Preta parece que vivem em outro planeta. A Macaca tem um instante peculiar e decisivo. Chegar entre os quatro primeiros colocados em 2020 significa disputar a divisão de elite e embolsar somente de televisão o valor de R$ 50 milhões. E os defensores da Arena não dizem ou analisam nada do time.
Torcem para Ponte Preta ou para a Arena? Não sei responder. E confesso: não sei mais o que é futebol. Pelo menos na visão destes pontepretanos.
(Elias Aredes Junior)