Palmeron reforça tese de Dérbi da Paz e lamenta confusão entre torcidas no Brinco

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Os problemas extracampo do dérbi campineiro, agendado para 05 de maio, começou antes do esperado. Cinco alviverdes e quatro alvinegros foram detidos depois de um confronto nos arredores do Brinco de Ouro da Princesa, logo no primeiro dia de vendas de ingressos. Como o duelo será disputado com torcida única e terá mando do Guarani, apenas a presença de bugrinos está liberada.

O presidente Palmeron Mendes Filho, presidente do Alviverde, lamentou o conflito entre torcedores. “Vejo isso com muita tristeza. Eu preciso salientar que presenciei tudo o que aconteceu. Estive no 10º Distrito Policial (DP) para tomar conhecimento da versão do outro lado. Não foi uma grande confusão, mas sim um ato isolado de quatro delinquentes. Foram quatro pessoas que vieram até o prédio do Guarani, longe de ser um ato orquestrado pela torcida da Ponte Preta. Ela é muito maior do que esses indivíduos. Eles se organizaram, se armaram com paus e pedras e atacaram, aqui, torcedores de bens, a instituição Guarani Futebol Clube e os que estavam nas filas para adquirir os ingressos”, afirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas.

Apesar do histórico recente entre as duas partes, mesmo com a ausência de cinco anos sem o dérbi, as confusões se intensificaram nas imediações dos estádios, separados por cerca de 650 metros. O mandatário fez questão que o clube rival não tem relação nenhuma com o ocorrido. “Não foi um ato da instituição Associação Atlética Ponte Preta. Com a máxima certeza, essas pessoas precisam ter tratamento exemplar por parte da Justiça e responder pelo crime cometido. Colocaram em risco o nosso patrimônio e a vida de torcedores do bem. Temos que vir a público e contestar o ato deles. Merecem estar presos”, reclamou.

Palmeron ressaltou que a violência no futebol é um fenômeno social que atinge o futebol de uma maneira geral, não especificamente em solo campineiro. “É uma situação que aflige o futebol nacional como um todo. Um desses quatro, se não estiver errado, responde criminalmente contra um ato diante de um bugrino. Tenta ficar livre perante a Justiça, mas comete isso. Causa-me grande inconformismo, responde por homicídio, mas como está livre e ataca pessoas de bem? Precisamos colocar um basta nisso. A diretoria da Ponte Preta, repito, está conosco para fazer um Dérbi de Paz. Serão dois clássicos de festa. Tenho um respeito muito grande pelo José Armando Abdalla Júnior (presidente da Macaca) e não tem nada a ver com a confusão de hoje”, reiterou.

“Quem perde é o futebol, as famílias de bem. Quatro delinquentes provocaram tudo isso. Poderíamos estar falando de dérbi e grandes jogadores do clássico, mas estamos focados nisso”, finalizou.

SOLUÇÕES?

“O que precisamos fazer já é feito. Nós, do Guarani, não compactamos com nenhuma das torcidas organizadas. Apoiamos aqueles que vivem a instituição e aproveitam o jogo. Não podemos transferir às instituições privadas a responsabilidade de identificar bandidos, cuidar da segurança e fazer qualquer tipo de cadastramento. Estou na função de presidente, zelo o torcedor do bem e não trarei facilidade aos do mal. É o Estado que tem dever de atuar como Polícia. Gostaria de dividir a responsabilidade com a imprensa, ela pode catalogar e exigir punição. Mas isso não compete a nós”.

RECADO AO TORCEDOR BUGRINO

“Quero deixar uma convocação à torcida do Guarani. Aproveitem a festa, no bom sentido: isso engloba a preparação para o jogo e que possam curtir essa semana que antecede o clássico. Fizemos por merecer. Será um jogo difícil, disputado e tenho prazer em viver isso novamente. Em jogo de torcida única, além do Dérbi da Paz, torço para que seja o dérbi da família bugrina”.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa)