Pense em sua vida profissional. Sonhos e metas em primeiro lugar. Imagine trabalhar em um local por anos e anos. Dedicar-se por inteiro. Busca reciclagem, acompanha os ensinamentos dos mais velhos e o melhor de tudo, a sua evolução é notória dia após dia. Em algumas oportunidades, as tarefas complexas são colocadas diante de si e os elogios aparecem. Aos borbotões.
O tempo passa, funcionários entram e saem, as metodologias de trabalho são alteradas e sua dedicação e evolução permanecem. Os clientes celebram e insistem que é preciso dar uma chance.
Em qualquer empresa do mundo corporativo tal cenário é corriqueiro e milhares de histórias são transmitidas. Ou seja, da pessoa que entrou como Office boy por exemplo e termina como presidente.
O futebol deveria seguir a trilha. Alguém que é aprovado nas peneiras ou atua nas categorias de base e que, se mostrar talento, pode fazer história, seja qual for a camisa. Queria entender porque o Guarani não adota tal parâmetro com o goleiro Passarelli.
Está no clube há tempos, tem trajetória, nunca deu problema algum e dentro do gramado correspondeu.
Se o Guarani fosse uma empresa, Passarelli já estaria na linha de frente há muito tempo. Não está. Pelo contrário. Assiste goleiros de capacidade mediana como Giovanni e Klever na dianteira pela titularidade. Pois é. Se for para apostar em atletas medianos, bastava promover Passarelli, efetivar Carlão como reserva e buscar um goleiro mais experiente, mas com trajetória no interior paulista. Que pudesse auxiliar o desenvolvimento de Passarelli. Nada disso foi feito.
O goleiro certamente fica frustrado pela perda da oportunidade e por ver sua carreira empacada. A torcida fica de mãos atadas diante da injustiça cometida por um goleiro forjado no Brinco de Ouro. E fica escancarada a ausência de um atributo que a instituição nunca teve com o goleiro que sempre lhe entregou tudo: respeito. Muito triste.
(análise feita por Elias Aredes Junior)