Ao mesmo tempo em que o dérbi se aproxima, junto dele vem a preocupação com a segurança no estádio. Nos últimos cinco anos, apesar da ausência do clássico, houve diversos registros entre pontepretanos e bugrinos, o que indica aumento no número do policiamento na região.
Em entrevista ao Bandeirantes Esportiva, Paulo Castilho, promotor do Ministério Público Estadual, ratificou a apreensão pelo o que pode acontecer no duelo agendado para 05 de maio, no Brinco de Ouro da Princesa, pela Série B do Campeonato Brasileiro. “Estamos apreensivos e trabalhando. Repassarei este problema grave que aconteceu nesta semana. Essa rivalidade já extrapolou todos os limites. Nós temos que ter serenidade. Por estar em São Paulo, não tenho autuação criminal em Campinas, mas vou passar ao Procurador Geral e às autoridades competentes. Acredito que a cidade dará uma resposta à altura. No meu entendimento enquanto cidadão, é inadmissível o que está ocorendo. Um simples jogo de futebol está sendo transformando em uma guerra. Isso traz consequências sérias ao futebol”, lamentou.
O agente também afirmou que medidas estão sendo tomadas para evitar que o quadro de violência se agrave. “As forças de segurança estão trabalhando para evitar o pior. A Polícia Militar e a Polícia Civil estão bem atentas. Vamos fazer uma ação para inibir as ondas de violência. Em caso de novos conflitos neste jogo do Brinco de Ouro, haverá punição. Espero que possamos pensar no encontro de agosto com medidas de prisões, afastamento e fechamentos de sede. É importante que os clubes entrem nesta situação e colaborem para coibir isso. Eles sabem quem são os torcedores e conseguem identificar os membros de organizadas de comportamento criminoso. Isso não pertence aos civilizados. Desrespeitar as leis e o futebol é inadmissível. Conto com o Poder Judiciário e da imprensa”, declarou.
As hipóteses de dérbi com portões fechados ou fora de Campinas, por conta do retrospecto recente de confrontos extracampo, também estão descartadas. “Há especulação de o jogo ser tirado de Campinas. Não vejo possibilidade disso. As forças de segurança vão trabalhar para identificar e afastar os marginais dos estádios. Vamos acabar com este negócio de torcida organizada ganhar dinheiro em Campinas. Não temos nenhuma conversa de tirar o dérbi da cidade ou fazer o jogo com portões fechados. Tenho certeza que vamos contar com total apoio da população campineira para trazermos um futebol limpo a todos. Vou fazer gestões para reverter essa situação”, prometeu.
Os envolvidos no conflito desta semana, por sinal, estão sob análise de Castilho. Segundo ele, a Promotoria vai pedir para que os 20 indivíduos sejam detidos no dia do dérbi. “É o que estamos buscando. O Estatuto do Torcedor prevê isso e é perfeitamente possível que esses marginais sejam afastados. Com base nisso, o juiz pode decretar a prisão, se desrespeitarem. Fizemos isso em São Paulo em pouco menos de três e surtiu efeito”, adiantou.
“Eles não são torcedores, usam o escudo do clube para ganhar dinheiro e vivem na clandestinidade. Quem gosta da instituição, comporta-se de maneira humana para proteger o patrimônio. São pessoas sem escrúpulo, respeito e educação”, finalizou.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa)