Com a idade que tenho, vivi a parte derradeira do “futebol romântico”. Aquele que o jogador vestia e, literalmente, dava o sangue pela camisa que vestia. Não é que hoje esse tipo de jogador não exista. Só se tornou mais raro.
Com a profissionalização dos principais atores do espetáculo, todos acharam que os bastidores, ou seja, seus dirigentes seguiriam a tendência. Engano. Ilusão.
Os dirigentes vivem com a cabeça no amadorismo. Contratos mal costurados. Uma enxurrada de dinheiro pessimamente administrado e que culminou no último rebaixamento e posteriormente, dívidas com atletas e funcionários do clube pontepretano.
Mas existe uma modalidade que eu jurava – ou fingia – que não existia, a sabotagem dentro do clube.
Gente de dentro do clube influenciando para que ações não dêem certo.
Se hoje o atual presidente da Ponte Preta e toda sua diretoria ocupam às respectivas cadeiras no Moises Lucarelli, é por total influência de Sergio Carnielli. E não é de hoje!
É sabido que o grupo é o mais influente há mais de 20 anos. Mandando e desmandando inclusive onde não deveriam, no conselho deliberativo. Esse deveria ser um “poder” à parte, inclusive fiscalizador e em favor e tão somente da Ponte Preta.
Portanto, se existem torcedores de outros clubes dentro do Majestoso a culpa também é do grupo do Carnielli por alça-los a esses postos.
Quanto a isso eu não vejo problemas, desde que sejam profissionais competentes – já se mostraram que não o são.
E para piorar, essa notícia de que integrantes desse poderoso grupo político influenciou para não vinda do técnico Gilson Kleina para Ponte Preta mostra o quão podre estão os bastidores no clube. Os malefícios dessa picuinha e relação conturbada está respingando no clube há algum tempo. Ao invés de unirem forças, ficam brigando por poder e para engrandecer seus egos.
A sujeira está à mostra. Não é mais possível varrer para debaixo do tapete. Ficou pequeno por anos e anos de negligência. Além de torcer para o time dentro de campo, teremos que torcer para que a Ponte saia o mais ilesa possível dessa grande patifaria.
(artigo de autoria de André Gonçalves- Especial para o Só Dérbi)