Ponte Preta acelera acerto de contas com a história e entra para valer na luta contra o racismo

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Para aproveitar o clima de comemoração de aniversário da Ponte Preta, na próxima sexta-feira (11), uma série de homenagens e atividades  serão realizadas e uma delas será a de firmar a agremiação como ícone no combate ao racismo e qualquer forma de discriminação.

Será lançado nos próximos dias um selo comemorativo ao aniversário do clube mas que terá como mote principal a luta da Macaca contra o racismo. Viabilizado graças a intermediação do vereador Carlão do PT- presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal- e do atual presidente dos Correios e Telegráfos, Guilherme Campos (torcedor confesso da Ponte Preta), o selo trará na sua imagem principal a figura de Miguel do Carmo, o primeiro negro a atuar no futebol brasileiro. A figura trará um símbolo de luta contra o preconceito racial.

A reportagem do Só Dérbi apurou que o lançamento do selo está inserido no projeto “Ruas de Histórias Negras- Quem são os negros que ajudaram a construir o Brasil”, de autoria do próprio vereador petista. A meta do projeto é resgatar a contribuição dos afrodescendentes na construção da cidade e do país. O Projeto consiste na instalação de placas com informações sobre personalidades negras que dão nome a ruas, praças e locais históricos.

A notícia tem consequências positivas. Em primeiro lugar porque faz com que a Macaca recupere protagonismo em uma seara que ela não tem direito de se omitir. Seus torcedores nas décadas de 1950 e 1960 eram vítimas de toda e qualquer de discriminação.

O elenco pontepretano conta com a presença do goleiro Aranha, que ainda sofre com as ofensas racistas ocorridas em estádios do Brasil. Diante disso, a omissão da Ponte Preta neste assunto era inadmissível.

A expectativa é que o lançamento do selo comemorativo seja o degrau inicial de uma caminhada dura, sofrida e necessária. Um clube de massa como a Ponte Preta não pode omitir-se diante do flagelo do racismo. Que o selo seja a porta de entrada para a emissão de notícias que produzam um país mais igualitário. E que a Macaca tenha participação efetiva no processo.

(análise, texto e reportagem: Elias Aredes Junior- foto do site Pontepretano)