Não é fácil fugir de armadilhas. Entrar em discussões uteis, inócuas e sem sentido. Nos últimos dias, grupos de discussão e torcedores da Ponte Preta travam acalorados debates sobre aquilo que vai acontecer com a equipe no gramado. Glórias ou fracasso na Série B, Copa do Brasil e Paulistão. Avaliação sobre a qualidade das contratações. Expectativa pela chegada de Felipe Bastos e André Luiz. Desculpem o papel de estraga prazer, mas será que tal debate acrescenta ? Faço a pergunta sem revanchismo.
O futebol é imprevisível, traiçoeiro, sem sentido e um jogador mediano em um clube vira peça exponencial em outro. O craque que chega em cima do carro de Corpo de Bombeiros pode sair pela porta dos fundos. Lógico, vamos exigir trabalho do treinador, dos jogadores, da diretoria. O sucesso é garantido? Impossível saber.
Será discutimos para valer o futuro da Ponte Preta enquanto clube. Esqueça Arena. No fundo, no fundo, bem lá no fundo, é um tema que interessa a apenas uma pessoa. Digo algo em relação aos destinos de um clube, uma associação sem fins lucrativos de tradição centenária e um dos símbolos da cidade de Campinas.
Como será o amanhã? Qual o planejamento para os próximos cinco, 10 ou 15 anos? E a formatação da infraestrutura? Como viabilizar um Centro de Treinamento moderno, uma reforma do Majestoso e o incremento da captação de talentos. O que fazer? Como?
O Conselho Deliberativo é, antes de tudo, um espaço para formulação de ideias e talentos. Quem vai puxar o debate? Quem fará algo diferente?
Nós, cronistas esportivos, também somos culpados. Deveriamos ir além e fugir da formula treino-escalação-resultado. Viramos um fast food. Até enche a barriga, mas não sustenta.
Precisamos mudar o roteiro. Para que não ocorra choro por um futuro sombrio.
(Elias Aredes Junior)