Quando formou a equipe que decidiu o título paulista de 2008, o torcedor pontepretano não conhecia Elias, Renato Cajá e nem Danilo Neco. Eram atletas desconhecidos e sem projeção no mundo da bola.
Três anos depois, nomes como Renatinho, Josimar e Ricardo Jesus demoraram e muito para cair na boca das arquibancadas. Eram desconhecidos. Não eram astros. Queriam apenas um lugar ao sol e a dedicação deles trouxe muito retorno a Ponte Preta. Tradução: acesso à divisão de elite nacional.
Peca aquele que coloca todas as suas fichas em Moisés, de 23 anos e atualmente no Concórdia de Santa Catarina. Como não teve passagem por categorias de base e sequer foi inserido em torneios de alto nível técnico, não é loucura imaginar um fracasso quando vestir a camisa da alvinegra campineira. Mas o conceito que levou ao seu nome não pode ser perdido.
A diretoria executiva não pode a cada ano trocar de elenco e com jogadores para receber salários que fogem ao panorama financeiro do clube. Com tantas obrigações financeiras a serem cumpridas, o que justifica pagar um salário de R$ 100 mil ou R$ 120 mil na Ponte Preta para um único atleta? Ele merece? Até que sim. Mas é doideira imaginar que a Macaca pode pagar.
Faça a conta: em um ano você terá desembolsado, no mínimo, R$ 1,2 milhão por um único jogador. O caixa aguenta? Não é uma porta de entrada para ações trabalhistas? Não censuro a chegada de um atleta como Camilo, desde que não tenha comprometido as finanças.
Mas se a Ponte Preta fosse mais atenta aos jovens talentos do mercado, certamente o investimento sobre o ex-armador do Mirassol seria dispensável.
O ideal é cobrar um trabalho mais efetivo dos analistas de desempenho. Descobrir antes dos clubes pequenos de São Paulo os potenciais talentos. Que podem se reverter em gols, conquistas e dividendos financeiros ao clube no futuro.
Fica difícil engolir gastos exorbitantes e resultados pífios. É preciso apertar o cinto. E contratar melhor.
(Elias Aredes Junior)