Muitos torcedores pontepretanos lamentaram hoje o acerto do volante Ralf com o Avaí. Ficou frustrado o plano de contar com um jogador tarimbado para coordenar o meio-campo na Série B. Mas existe um lado positivo na história e que não pode ser desprezado.
Noticias dão conta de que o jogador teria pedido em torno de R$ 170 mil mensais para atuar na Macaca. É direito dele. E até natural. Atuou em um gigante do futebol brasileiro, conquistou títulos e foi relevante. Natural que queira a valorização do seu trabalho.
Só existe um senão: a Macaca não pode mais embarcar em loucuras. Não pode querer torrar dinheiro de modo inconsequente. Sim, na atual conjuntura, um salário desse é loucura. É abuso.
E se a diretoria executiva tiver juízo deveria aproveitar a pandemia não só para cortar na carne, com um rebaixamento momentâneo de salários. Deve reformular sua política salarial. Não dá para considerar normal pagar rendimentos acima de R$ 100 mil mensais. Seja qual for o jogador.
Você pode argumentar: desse jeito será difícil encontrar atleta de qualidade. Discordo. Agremiações com o perfil da Ponte Preta precisam enxergar com antecipação as oportunidades do mercado. Dar chance para atletas com alto potencial técnico e que topem receber um salário dentro da realidade.
Todos querem o acesso. A divisão de elite é um anseio legitimo. Mas não pode custar a saúde financeira da Ponte Preta. Aliás, foi por desprezar a ponderação que a divida com Sérgio Carnielli explodiu. Seria de bom evitar piorar aquilo que já está ruim.
(Elias Aredes Junior)