Ponte Preta e um protesto esvaziado que concede força para Sérgio Carnielli e os defensores da Arena. Infelizmente?

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Jornalista tem uma dura missão: dizer aquilo que não soa bem às nossas convicções. Temos o compromisso com a verdade. Dito isso, eu aceito as explicações de que o presidente de honra, Sérgio Carnielli, desmobilizou e afastou o torcedor pontepretano em virtudes de suas decisões e atitudes dotadas de baixo grau de democracia.

Mas as fotos e as imagens da manifestação ocorrida neste sábado pela manhã no Majestoso deixou um gosto de amargura na boca daqueles que defendem a reforma do Majestoso e automaticamente o desprezo ao projeto de construção Arena no Centro de Treinamento do Jardim Eulina. Sem entrar em campo, Carnielli marcou um gol. E na visão deste jornalista, infelizmente.

Óbvio que as pessoas presentes ali são pontepretanos de quatro costados. Evidente que tem toda razão em defender as tradições do clube e um patrimônio construído pelas mãos dos torcedores. É justo, correto e necessário. Só não podemos fugir do óbvio: em termos de adesão, a manifestação foi um fracasso.

Pior: as informações que rodam as redes sociais indiretamente agora serão um combustível para aqueles que defendem a arena.

O argumento será simples e óbvio: como vocês querem comprovar a validade de reforma do Majestoso se não existe adesão popular maciça a ideia? E a prova encontra-se nas imagens.

Duro dizer, mas é a verdade.

O que seria uma participação satisfatória? Ora, Simples: um abraço que fosse suficiente para englobar toda a área do estádio. Isso por si só seria suficiente para comprovar a adesão do protesto. Não foi o que foi feito. Pelo contrário. Deixou a desejar.

Não me surpreenderia se Sérgio Carnielli e seus aliados utilizarem estas fotos para constranger aqueles que estão no Conselho Deliberativo e se opõem ao projeto.

Então, o que deveria ser feito? Nestes tempos em que as imagens dizem muita coisa, se não existe chance de sucesso, o melhor seria cancelar e calibrar a divulgação.

Agora não há mais saída. O estrago está feito.

Está tudo perdido?

Nada disso.

As esferas jurídicas e até novas manifestações novamente bem articuladas, pensadas, planejadas e com alto grau de mobilização podem ser suficientes para criar um fato novo que recoloque a preservação do Majestoso como um assunto quente e factível.

Hoje, neste dia 31 de outubro, a verdade é só: as imagens de um protesto esvaziado só beneficiam os adeptos de Sérgio Carnielli e os defensores da Arena. Infelizmente.

(Elias Aredes Junior)