Ponte Preta, Guarani, cotas de televisão e a dura verdade: Petraglia e o Atlético-PR ocupam o lugar que era do futebol campineiro

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A Folha de S. Paulo publicou nesta quarta-feira, dia 16, uma reportagem interessante sobre a divisão das cotas de televisão e o imbróglio gerado pela disputa entre Grupo Globo e o Esporte Interativo.

Como a legislação brasileira exige a assinatura dos dois clubes para transmitir uma partida, existe um racha de contratos entre SporTV e Esporte Interativo. Assim, a Série A do Brasileiro corre o risco de ver até 37% dos seus jogos não serem transmitidos sequer pelo Pay Per View. Ou seja, seria um jogo com uma equipe com contrato de uma empresa e o adversário com outra. Lacuna e prejuízo aos torcedores e aos cofres dos clubes.

A reivindicação é justa. Os clubes médios, capitaneados por Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, exigem uma reformulação no acordo, especialmente naquilo que é encaminhado aos clubes pela exibição do Pay Per View (PPV) e que chega a ser 32% do total. Convenhamos: para um futebol com tal potencial de arrecadação, chega a ser um absurdo.

O que Ponte Preta e Guarani tem a ver com o quadro? Tudo. Primeiro porque o Bugre assinou com o Esporte Interativo e, mesmo com a grana arrecadada, se ocorrer o acesso, existe o risco do time não entrar no PPV.

No caso da Macaca, apesar de ter negócio com o Esporte Interativo para a TV Fechada, já existe acordo para o sistema de transmissão via pagamento de mensalidade.

Quem acompanha o futebol campineiro há tempos deve concordar em um ponto: Petraglia, na atualidade, faz o papel que há 20 ou 30 anos estava nas costas dos dirigentes do futebol campineiros.

Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, os corredores da CBF, Federação Paulista e das emissoras de televisão eram de Beto Zini, Lauro Moraes, Leonel Martins de Oliveira, Edson Aggion, Eduardo Farah, Pedro Antonio Chaib. Construíam bons resultados, revelavam jogadores e tinham influência.

Hoje? Mesmo se estivessem na Série A, tanto Ponte Preta e Guarani não mostram força nenhuma. Vão no embalo de outros clubes e que, na maioria das vezes, sequer são gigantes.

A ausência de eficiência para obtenção de resultados não traz consequências apenas no gramado. De modo imperceptível, tivemos uma diminuição no tamanho de bugrinos e pontepretanos na geografia do planeta bola. Uma pena.

(análise feita por Elias Aredes Junior)