Ponte Preta: hora de torcedores e dirigentes utilizarem a razão e controlarem a emoção

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O torcedor da Ponte Preta está chateado pela goleada sofrida diante do Atlético Mineiro. Falhas, produção abaixo da crítica e temor pelo futuro construíram o cardápio. Hora de cobrança? Caça ás bruxas? Ou um questionamento pertinente: Vale a pena chutar o balde? Sim, porque a tabela reserva um período perigoso e pedregoso na segunda parte do campeonato. O surgimento de um período de turbulência interna colocará tudo a perder.

Na quarta-feira, a Ponte Preta não pode desperdiçar a oportunidade de vencer o Cruzeiro, atual lanterna. Um empate ou uma derrota colocará pressão em demasia na Macaca, destinada a fazer duas partidas na condição de visitante e cujo os oponentes são participantes do seu “campeonato”.

No dia 26, as 11h, a tarefa será superar o calor de Salvador e encarar o Vitória (BA). Quatro dias depois, na quinta-feira, dia 30, o estádio do Arruda, no Recife será o palco armado pelo Santa Cruz. Pense: como somar, no mínimo quatro pontos, nestas duas partidas se o clima de desconfiança reinar nas arquibancadas? Difícil.

A meta é igualar o patamar do ano passado, quando após 12 rodadas, os 17 pontos conquistados deixaram a Macaca na na zona intermediária da tabela, apesar da derrota para o Palmeiras na Arena Pantanal e um empate sem gols contra o Coritiba em que não houve inspiração. Hoje, a Alvinegra está com 13 pontos.

Mais: a necessidade de pontuar no curto prazo ganha relevância se verificarmos que após os jogos contra a Raposa e diante de baianos e pernambucanos, a Ponte Preta não terá moleza. Terá dois jogos em casa diante do São Paulo, focado na Libertadores e um embate direto com o Sport.

Santos (fora), Internacional (casa), Fluminense (fora), Botafogo (casa) e Coritiba (fora) é a sequência final do turno e cujo sonho é terminar com 24 ou 26 pontos. Admita-se: apenas Botafogo, Sport e Coritiba estão focados na luta contra o rebaixamento.

Não custa reforçar: sem estabilidade técnica e emocional será impossível construir boa campanha e fazer o que se espera da Macaca: uma equipe com obediência tática e que atua no limite físico e técnico. Momento para pensar a Ponte Preta com boa dose de razão e com a emoção controlada.

Neste contexto, fatos positivos e negativos não podem ser ignorados. O goleiro João Carlos precisa reciclar seus conceitos, a zaga precisa detectar porque toma tantos gols na condição de visitante e o próprio Eduardo Baptista, protagonista de um trabalho impecável, precisa pensar se não existe uma maneira de transformar a Macaca em uma visitante incômoda e um anfitrião impiedoso. Tais prioridades, no entanto, não podem esconder a boa fase de Reinaldo, a juventude de Ravanelli e Matheus Jesus e o espírito de luta e obediência tática demonstrada por Felipe Azevedo.

São estes trunfos e o conserto dos problemas detectados que farão a Alvinegra ultrapassar os próximos 270 minutos e confirmar a magnitude de uma campanha que está longe de ser decepcionante. E que pode ser histórica. Basta sonhar, trabalhar, produzir e colher.

(análise feita por Elias Aredes Junior)