O torcedor pontepretano ouviu diversas versões sobre os acontecimentos de segunda-feira no estádio Moisés Lucarelli. Pelas fotos e vídeos recebidos por este colunista não tenho duvida de que José Armando Abdalla Júnior sofreu uma tentativa de agressão por parte de torcedores organizados. Sinceramente, tenho pouco interesse em saber qual a filiação destes torcedores. Eles não são protagonistas. São coadjuvantes de uma briga fraticida de poder.
Situação e oposição na realidade brigam pelo título da incompetência. A oposição não tem quase nada para ostentar. Vanderlei Pereira caiu com o time em 2017. Não adianta ele terceirizar a culpa e alguns bajuladores saírem em sua defesa. Teve R$ 70 milhões de orçamento e fracassou. Ele era o comandante. Alguns comentam: “Ah, mas é difícil ficar na Série A diante da disparidade de renda”. Ora, das duas uma: ou arranje modos de se profissionalizar ou então desista de buscar o acesso. Entregar-se a mediocridade ás vezes é um ato de coragem.
Sérgio Carnielli tem suas falhas de gestão no armário. De 2007 a 2010 ele foi o responsável direto pelo planejamento no futebol e o máximo que conseguiu na Série B foi um quinto lugar em 2008. E com gastos exorbitantes.
Ou seja, pensar que o retorno deles ao poder resolverá todos os problemas é uma falácia. O máximo que acontecerá é má vontade com os veículos de comunicação e discursos infinitos sobre a Arena.
Vanderlei e Carnielli deveriam sim prestar solidariedade a Abdalla pois já sofreram agressões deste tipo quando estavam na cadeira. E eles sabem que não é nada agradável.
Isso não quer dizer concessão de imunidade ao atual presidente. Sua gestão é péssima, assim como de seus parceiros de luta como o diretor financeiro Gustavo Válio. Os resultados não aparecem no gramado, troca-se de técnico como de camisa e a infra-estrutura patina. Sem contar o fracasso nas categorias de base, como o time Sub-23. Ou seja, erro atrás de erro.
Em conjuntura normal, tanto situação como oposição deveriam fazer uma reunião com espíritos desarmados e buscar entender porque os erros se perpetuam ano após ano. Porque a Ponte Preta não fica competitiva enquanto Athletico-PR é exemplo de gestão e o Bragantino aproveitou a chance oferecida pelo destino.
Existe uma explicação: esses homens bem sucedidos nutrem uma arrogância supérflua e sem sentido diante daquilo que já foi colhido.
Claro, todos tomariam tal postura se todos, absolutamente todos pensassem primeiramente na Ponte Preta e no seu torcedor sofrido. Duro é constatar que na residência de muitos desses homens o espelho esteja inutilizado. Se utilizassem certamente o que presenciaram seria decepcionante.
(Elias Aredes Junior)