Pela segunda vez consecutiva, o torcedor da Ponte Preta é surpreendido, quando no lançamento do novo uniforme, por uma divergência – diga-se de passagem, significativa – entre o valor anunciado pela diretoria da Macaca e o divulgado pela Adidas, fabricante do material do clube.
Desta vez, ao mesmo tempo em que o clube anunciou ser de R$ 249,90, o site da Adidas vendia a nova camisa por R$ 159,90 (podendo chegar a R$ 136 na primeira compra do internauta no site da marca).
Pura desorganização? Culpa de quem? A Ponte acusa a Adida de erro nos valores e diz que oficiou a marca. Oi? Isso significa alguma coisa? Para o torcedor da Macaca bom seria que a Adidas oficiasse o clube, por vender seu produto em valores superfaturados. Não seria o caso da torcida da Ponte procurar o Procon porque a culpa, definitivamente, não é do consumidor?
De qualquer maneira, esse é um tema que precisa ser debatido. É necessário refletir porque a Adidas consegue vender mais barato? Porque a Ponte precisa jogar no colo do torcedor a responsabilidade de pagar mais do que ele deveria pagar efetivamente? Que contrato existe entre fabricante, fornecedor e diretoria? Onde a Ponte se preocupa com o torcedor?
É ir além do discurso que diz que R$ 250,00 – levando em conta que o salário mínimo não chega a 900,00 – é sim um preço abusivo, especialmente quando falamos da torcida de um clube que, tradicionalmente, é uma torcida de massa, popular.
Aliás, esse é o ponto. A Ponte é um clube de torcida popular, mas querem, e não é de hoje, elitizar sua torcida. Talvez a palavra certa é segregar, mesmo. Fazem isso quando cobram R$ 100 de ingresso para sentar na arquibancada do Moisés Lucarelli – o estádio construído pela torcida, mas que está deixando de ser para a torcida, no geral. Parece que o torcedor do cimento não é mais desejado. O sonho é ter um torcedor de cadeira cativa. Que aceite e contemple de forma silenciosa situações como essa.
Ponte, não distancie o torcedor do símbolo do clube!
(Análise de Adriana Giachini)