Querem mudar o conceito de democracia no Guarani

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Quando o Guarani entrou em férias, muitos coleguinhas mostravam-se temerosos em relação a captação de noticias. Eu exalava tranquilidade. Tinha consciência do talento de alguns no Brinco de Ouro em transformar a calmaria em tempestade.

Não há como tirar outra conclusão após o presidente Horley Senna demonstrar sua intenção de convocar uma Assembleia de Sócios para modificar a data da eleição do clube para depois da Série A-2 do Campeonato Paulista.

A proposta é inválida por diversos  motivos. Horley Senna rebate seus opositores e considera que o pleito  pode atrapalhar o clima no futebol. Os fatos jogam contra si. Se isso fosse verdade, o que dizer do Internacional (RS), promotor de sua eleição um dia antes de jogar sua permanência na divisão de elite contra o Fluminense.

A equipe empatou, a segundona virou realidade e ninguém no estádio Beira Rio apontou o triunfo de 94% dos votos do oposicionista Marcelo Medeiros como culpado pela debacle subsequente. Romildo Bolzan Junior foi eleito para novo período durante jogos decisivos na Copa do Brasil. São dois casos para demonstrar que democracia nunca atrapalha. Pelo contrário. É o tempo de renovação da esperança, de reforçar as cobranças ou adotar novos rumos. Como considerar tal preceito negativo?

Ao defender o adiamento das eleições, Horley Senna indiretamente coloca a democracia como um empecilho e que existe instante “adequado” para aplica-la. Absurdo.

Ao defender a proposta de adiamento das eleições, Horley Senna exibiu insegurança sobre o futuro do seu grupo politico. Por que a proposta de mudança não foi apresentada em meados deste ano, quando existia a perspectiva de chapa única? Se a oposição não estivesse em campo, a proposta seria colocada em discussão? Porque proposta tem que ser válida em qualquer circunstância.

Outra pergunta que não quer calar: não há confiança sobre uma possível gestão do seu candidato, Palmeron Mendes Filho? Ele quer adiar porque teme uma descontinuidade durante a gestão? São perguntas que merecem uma resposta.

Horley Senna deveria aprender que não são as eleições que afetam o gramado. Não é o exercício do voto que deixou o Guarani nesta crise profunda e com nove rebaixamentos desde 2001. Não foram as campanhas eleitorais as protagonistas do processo de destruição da credibilidade junto ao mercado da bola.

Os únicos culpados foram os presidentes e dirigentes que traíram o voto depositado na urna e geraram gestões sob a marca da incompetência. Um democrata convicto obedece as regras. Não é de bom tom neste caso seguir a máxima de Millor Fernandes: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”.

(análise feita por Elias Aredes Junior)