Reforços, aproveitamento fora e Louzer: saiba o que homem-forte do Guarani pensa

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Com espírito de líder e gestor, Luciano Dias se consolidou como homem-forte do futebol no Guarani. Normalmente discreto e com raras aparições na imprensa, ele é o principal responsável por organizar o planejamento e por tomar decisões relacionadas ao time como representante da direção.

O profissional de 47 anos, depois de ter comandado o Guarani entre junho de 2008 e março de 2009 – época em que conquistou o acesso na Série C -, voltou como coordenador técnico ao lado de Marcelo Cabo, em agosto do ano passado, com a responsabilidade de fazer a ligação entre comissão técnica e diretoria, além de analisar o dia a dia dos treinamentos, performance de jogadores e ser voz ativa dentro do Conselho de Administração.

Ao desembarcar em Campinas, Luciano enfrentou críticas dos torcedores contra a presença de “profissionais da bola” na alta cúpula alviverde, mas foi mantido no cargo e, posteriormente, assumiu a superintendência de futebol com a saída de Anaílson Neves.  Neste período, o gaúcho deixou a discrição de lado em apenas dois momentos.

Ainda quando Cabo balançava no cargo, foi claro ao dizer que não assumiria a função de treinador dentro de uma disputa interna com Umberto Louzer – na época, auxiliar técnico permanente – e se posicionou favorável a um comandante que estivesse no mercado. Depois, participou da apresentação de Lisca como representante da direção – o presidente Palmeron adotou a lei do silêncio após garantir a permanência de Marcelo Cabo contra o Paraná -, e falou sobre o planejamento do clube dentro da Série B.

Em entrevista exclusiva ao Só Dérbi, Luciano Dias falou da postura do Guarani no mercado, transmitiu respaldo a Umberto Louzer e comentou sobre o desempenho da equipe ao longo das primeiras rodadas da Série B do Campeonato Brasileiro.

1. Muitos dizem que o Guarani ainda não entendeu o modo de disputa da Série B. Você concorda?

Luciano: “Não. Não é que não entendeu, isso faz parte do momento que vivemos. Saímos (nós, da diretoria) de um campeonato pressionados com a necessidade do acesso e grande objetivo no primeiro semestre. É natural aquela relaxada. Tem a questão da continuidade e reformulação, processos naturais em qualquer Série B. Isso requer tempo e é uma competição dura. Tudo que deixa passar é difícil para buscar lá na frente, mas isso foi o ônus que pagamos pelo título regional. Sabemos que é um torneio diferente, a exigência é muito maior e temos que se adaptar o mais rápido possível. O que falta é isso, mas existe entendimento”.

2. Até que ponto a irregularidade da equipe fora de casa preocupa a diretoria?

Luciano: “A preocupação é geral. Temos vínculo grande entre atletas, comissão e diretoria. Todos estão na mesma frequência e vivemos intensamente o nosso dia a dia. O pensamento não é apenas com a performance fora de casa, mas de maneira geral na Série B e temos que pontuar longe do Brinco de Ouro. É preciso buscar equilíbrio. Trata-se de uma necessidade, já que a competição é longa. Estamos na sexta rodada, já temos que entender que precisamos buscar pontos como visitante e todos têm consciência disso. Conversamos bastante a respeito, estamos em um momento de compreender que temos que jogar conforme a necessidade do jogo”.

3. O Guarani sofre com problemas no sistema defensivo. A diretoria busca um zagueiro pela esquerda?

Luciano: “Por enquanto, sabemos que a exigência da Série B requer o maior número de jogadores na função. Neste primeiro momento, temos quatro atletas com condição de render (Anderson, Edson Silva, Everton Alemão e Philipe Maia), estamos atento às necessidades de reforçar os setores. Pela característica do torneio de 38 rodadas, é natural que, com o passar do tempo, busquemos peças para fortalecer o elenco, é algo normal. Todos times pensam assim. Começamos com um plantel e vamos sentindo o rendimento da equipe e a evolução dos atletas. Depois, pontualmente, vamos buscar alternativas. Todos os zagueiros têm condição de jogar”.

4. Mesmo com as críticas após a derrota no dérbi e a oscilação na Série B, o Louzer tem o respaldo da direção?

Luciano: “Sim, tem o respaldo. Não tenha dúvidas disso. O Umberto fez grande trabalho no Estadual. Dentro do processo de mudança de competição e reformulação do elenco, leva tempo até conseguir entrosamento e ter foco. Em relação às mudanças, perdemos peças, fomos sem cinco jogadores na primeira rodada em Fortaleza e as dificuldades são normais e já esperávamos isso no início. Não podemos contestar o trabalho dele. É preciso dar todo respaldo para que, a partir deste momento de transição, coloquemos os pés no chão e visualizemos a Série B”.

“O grupo está incorpado e ele tem peças para usar. Conta com respaldo e ajuda da direção. Acompanho o trabalho dele, não posso analisar em cima de um ou dois jogos. A análise é diária e estou satisfeito”.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Guarani Press)