Em determinada passagem da Central Esportiva da última terça-feira (23), um ouvinte perguntou quem eu escolheria como atacante de referência no Guarani:Eliandro, Renteria ou Bruno Mendes.
Confesso minha indecisão por alguns segundos e escolhi o terceiro pela juventude . Só que a indagação traz uma tese interessante: em termos de centroavante, o Guarani tem tudo e nada simultaneamente.
Se estivessem em forma, focados e com bom nível técnico, os três jogadores citados seriam um trunfo poderossímo para retornar ao grupo de acesso.
Vadão teria a disposição a força, a eficiência no jogo aéreo de Eliandro; a movimentação, a consciência tática e a técnica apurada de Renteria na conclusão e o faro de gol de Bruno Mendes, que demonstra aptidão para fazer o trabalho de pivô ou atuar como segundo atacante.
Nada disso acontece. Em maior ou menor grau, todos encontram-se em fase técnica ruim, sem inspiração e longe do ideal. O jogo de erro e acerto de Vadão é promovido porque nenhum deles inspira confiança.
Não exercem o fascínio que Bill alimenta no América Mineiro. Limitado? Sim. Mas com poder de decisão que cativa o torcedor do Coelho.
A decepção recoloca a esperança em outros patamares. Pergunte a qualquer torcedor bugrino e todos responderão que para vencer a necessidade urgente é por um bom futebol do armador Bruno Nazário ou a aparição de Fumagalli.
Para a comissão técnica, a afirmação de um segundo atacante capaz de puxar o contra-ataque e desafogar em instantes críticos, papel para Rafael Silva e agora para Paulinho. Centroavantes ou atacantes bons de artilharia? Ninguém lembra.
Existe um problema prático e urgente. Recuperar os atacantes bugrinos para que eles não sejam mais uma dúvida e sim uma certeza de que o Guarani fará os gols necessários não só para fugir de qualquer risco de rebaixamento como para sonhar com o acesso.
(análise feita por Elias Aredes Junior)