O Tribunal de Justiça Desportiva negou o efeito suspensivo para o atacante Roger e com isso a Ponte Preta terá que somar seis pontos nos próximos 180 minutos sem a presença do seu camisa 9.
Os apressados poderão dizer que a noticia é positiva. Sem a sua presença, diminuem as possibilidades de arroubos emocionais que produzam expulsões. Podem alegar que a quantidade de gols perdidos por Roger nos últimos jogos faz com que sua ausência não seja tão sentida.
Outros podem falar algo inexorável e produzido pelo tempo: a sua mobilidade já não é a mesma. Logo, o mais lógico é que tenha um atacante com velocidade parar atuar pelos lados.
No afã de justificar a mágoa por sua atitude no dérbi, o torcedor perde de vista outras perspectivas. Roger perde gols? Concordo. Cometeu atos impensados? Verdade. Só que seu posicionamento no gramado, na pior das hipóteses, ajuda na construção de uma colocação adequada para o atacante de beirada escalado.
O centroavante erra gols, mas esquecemos de cobrar a participação ofensiva de João Paulo, que antes da paralisação tinha mobilidade, iniciativa, mas entrava pouco na área, assim como nos tempos de Atlético-GO. Ou seja, poucos se colocaram a disposição para dividir o protagonismo com Roger. Fato. Se existissem outros jogadores com poder de decisão, a cobrança seria menor.
E mais: a ausência é péssima para Roger. Especialmente sob uma perspectiva histórica. Se acontecer o pior ( e ninguém quer que aconteça), muitos poderão eleger a sua expulsão no dérbi como uma alavanca final para a queda.
E se escapar? Alguns poderão concluir que ele não é tão necessário. E se pensarmos que a Série B tem 38 rodadas o conceito está muito longe de ser verdade.
Roger erra, acerta, comete equívocos. É complexo. Talvez a paixão precisa ser retirada de campo para analisarmos um personagem tão complexo.
(Elias Aredes Junior)