Sérgio Malucelli faz uma entrevista de dois minutos e indiretamente escancara a carência de dirigentes no futebol campineiro

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O Londrina perdeu do Operário. No estádio do Café. Revolta do torcedor. Proximidade com a zona do rebaixamento. O gestor do futebol, Sérgio Malucelli não fica em cima do muro. Vai para a entrevista coletiva. Arrebenta com os jogadores. Promete demissões. Cumpre. Manda embora os zagueiros Diogo Silva e Wallace Acioli, além do lateral-esquerdo Juninho. O vídeo viraliza. Bugrinos, pontepretanos e imprensa campineira apoiam a postura do dirigente.

A reação diz muito daquilo que vivemos. Será que teríamos idêntico comportamento se Beto Zini ainda desse as cartas no Brinco de Ouro ou se Marco Antonio Eberlim fosse o responsável pelo futebol pontepretano? Não, porque ambos tinham comando. Logo eram respeitados. Ponto. Mesmo que tivessem medidas passiveis de criticas.

Será que ocorreria o endeusamento de Malucelli, se o atual executivo de futebol, Gustavo Bueno, estivesse com o ibope lá em cima? E o Guarani? Se a dupla formada por Fumagalli e Marcus Vinicius Beck ainda desse as cartas no Brinco de Ouro e emplacasse uma boa campanha, o destempero do dirigente do Londrina seria incensado?

Fato é que Malucelli ganhou holofotes em Campinas por alguns motivos. Em primeiro lugar, a carência de dirigentes que estejam antenados com o futebol atual. Gente capaz de contratar e exibir um índice mínimo de erro.  Malucelli refletiu os tempos atuais, cuja violência verbal (ou até física) ganhar mais relevância do que a capacidade de diálogo e aglutinação.

Não há como fugir da constatação de que o futebol virou um Big Brother. Torcedores e jornalistas pedem medidas imediatas e certeiras todos os dias. Sem contar que Malucelli ao dizer que errou ao contratar os atletas coloca uma dose de humildade. Algo que pouco se vê em Campinas.

Malucelli  tem muito que aprender em relação ao futebol e a vida. Como todos nós. Mas ele parece disposto ao aprendizado. Já no Brinco de Ouro e no Moisés Lucarelli…O jeito é rezar.

(Elias Aredes Junior)