Sete motivos para desconfiar da capacidade do Guarani para conseguir o acesso

6
1.369 views

Pobre daquele que mostra incapacidade de detectar seus inimigos e armadilhas tramadas. O Guarani não fica atrás. O XV de Piracicaba está em seu caminho. Ficou na quarta colocação com 26 pontos e vai apostar suas fichas nos 90 minutos programados provavelmente para sábado, no estádio Barão de Serra Negra. O estádio ficará lotado. A pressão será  imensa. Vamos enumerar fatos e problemas que deverão ser administrados pelo Alviverde e, com isso, evitar um cenário que seria trágico: disputar a Série A-2 de 2019.

1 – Adversário tradicional: Claro, o principal rival do Guarani é a Ponte Preta. Mas a trajetória do Nhô Quim é de se registrar. Vice-campeã paulista em 1976 e campeã da Série C na década de 1990, o time esteve recentemente no Paulistão. Sabe como jogar pelo acesso. Mais: já encontrou o Guarani em 124 oportunidades e a maioria dos confrontos (70) aconteceu em Piracicaba com 22 vitórias bugrinas, 14 empates e 34 derrotas. Em resumo: não é um adversário qualquer.

2 – A experiência de Evaristo Piza: Bugrino declarado, o técnico Evaristo Piza sabe como poucos disputar e jogar a Série A-2. Foi campeão com o Capivariano em 2014, após vencer o Guarani em seus domínios. No XV de Piracicaba, oscilou durante a campanha, mas fez o suficiente para faturar carimbar a vaga. A tarimba do técnico poderá atrapalhar o Guarani.

3 – A pressão no Barão de Serra Negra: Em sete jogos disputados no estádio Barão de Serra Negra, a equipe conquistou 13 pontos. O aproveitamento de 61,9% fica abaixo dos 79% obtidos pelo Guarani no Brinco de Ouro. Não podemos esquecer a ligação umbilical da cidade com a equipe, que passou por crises financeiras quase infindáveis. Resultado: a mobilização acontecerá. Tudo para fazer o Nhô Quim superar os seus limites.

4 – Banco de reservas pobre de opções: Denner é um volante comum. Pedro Bortoluzzo e Elias não arrancam suspiros. Fumagalli já não tem o fôlego de antes. Ou seja, o time do Guarani é bom e tem um poderio ofensivo letal. Mas não pode contar e esperar que os reservas mudem o destino de uma partida.  Se o futebol não aprontar outra surpresa, o acesso tem que passar pelos titulares.

5 – Falhas de marcação pelas laterais: Lenon é ofensivo e com garra. Marcílio não é omisso. Tais qualidades não escondem falhas de marcação cometidas pelos laterais bugrinos e que já foram aproveitados pelos adversários. Dos 15 jogos, apenas nas vitórias contra Nacional, Água Santa e Juventus o Guarani não tomou gol. E os laterais tiveram participação decisiva nestes números ruins. É bom consertar. Para não chorar depois.

6 – Desempenho ruim contra os semifinalistas: O Guarani não conquistou nenhum ponto diante de São Bernardo, Oeste e XV de Piracicaba. Contra os dois primeiros exibiu um futebol decepcionante. Contra o atual adversário, jogou melhor, pressionou e perdeu após uma bobeada. Ou seja, apesar do poderio ofensivo, o Alviverde ainda não mostrou que pode ultrapassar equipes mais equilibradas sob o ponto de vista defensivo.

7 – Ausência em fases decisivas: Existe o lado negativo de disputar muitos mata-matas. Encarar frustração após frustração é algo amargo. Mas dá experiência, proporciona conhecer macetes e fugir de imprevistos no futuro. O Guarani disputará pela primeira vez uma fase eliminatória de Paulistão. Vai para tudo ou nada. Encara o desconhecido. Em 2016, tal entrave quase lhe custou o acesso na terceirona após perder o jogo de ida para o ASA por 3 a 1. Teve que se desdobrar para ganhar por 3 a 0 na decisão. Que o drama não se repita.

(análise feita por Elias Aredes Junior/foto: Guarani Press)