Só a torcida do Guarani mantém acesa a chama pela busca do acesso

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Quando foi campeão da Série B em 2009, o Guarani passava por dificuldades financeiras. Salários atrasavam e a estrutura era tão deficitária como na atualidade. Isso não impedia o então presidente Leonel Martins de Oliveira e o diretor financeiro Jurandir Assis de empreender esforços para buscar a vaga na divisão nacional.

Do jeito deles. Bichos especiais para o dérbi, uma concentração especial em jogos decisivos, contratações pontuais na reta decisiva e até incentivo na política de ingressos. Leonel podia ser antipático com a imprensa e pouco afeito aos holofotes, mas ninguém poderia negar sua determinação em tirar o time do atoleiro.

Acelero o relógio do tempo e chego em 2018. Palmeron Mendes Filho já está no lucro. Não teve participação direta, mas está eternizado como o presidente que conquistou a Série A2 do Campeonato Paulista. Está ao lado de Ricardo Chiff e de Antônio Tavares Júnior como os dirigentes que levantaram taça. A imagem que passa neste segundo semestre é de um presidente que deseja cumprir tabela.

Ficar na Série B está de bom tamanho. Prova disso é que boa parte de suas entrevistas tem como tema principal não a busca pelo acesso, e sim a terceirização do departamento de futebol. Se o comandante executa uma operação padrão é difícil imaginar a transmutação do milagre.

A internet é o elemento novo do jogo. Grupos de Whatsapp, no Facebook, formadores de opinião no Twitter e mesmo as arquibancadas não querem nem saber. Enumeram motivos e razões para buscar o acesso e pronto. Formam um clima de esperança e obrigam que jogadores e comissão técnica jamais desistam do objetivo.

Quando alguns querem a troca de treinador não é porque sentem a ameaça de rebaixamento, e sim porque sentem de que existe a chance de alcançar ao menos o quarto lugar. Outros, por sua vez, defendem ardorosamente Louzer e seus pupilos pelo idêntico motivo. Consideram que ele pode levar o Alviverde ao olimpo.

Neste caldeirão de opiniões uma pressão é formada que nenhum dirigente é capaz de segurar. Resumo da ópera: a chama do acesso só permanece porque a torcida não deixa apagar. Ela enverga a verdadeira camisa 10 nesta reta decisiva. Não é pouco.

(análise feita por Elias Aredes Junior)