A Ponte Preta está eliminada da Copa São Paulo de Futebol Junior após perder a decisão de pênaltis para o São José-RS. Interessante foi observar que imediatamente a torcida em nenhum momento condenou os garotos Antonio e Matheus Lima, que desperdiçaram as cobranças de penalidades e que ajudaram a construir o placar de 4 a 2 ao time gaúcho. Toda a fúria está direcionada para Felipe Moreira, o técnico do Sub-20. No grupo do Só Dérbi no Whatsapp os pedidos por sua demissão são insistentes, assim como nos grupos de Facebook montados pela torcida. É um massacre poucas vezes observado. De quem é a culpa por esse quadro? Da diretoria da Ponte Preta e do próprio treinador.
Os dirigentes deveriam entender que o índice de rejeição de Felipe Moreira era altíssimo nas arquibancadas. Ele é o símbolo de um futebol feio, arcaico, pragmático e sem imaginação, características presentes quando ele foi treinador no começo de 2017 e demitido após ser eliminado na Copa do Brasil pelo Cuiabá. Uma rejeição que foi as alturas por ter substituído um profissional com a característica de Leandro Zago, que tentava imprimir uma característica moderna ao Sub-20, mesmo com jogadores de capacidade mediana. Uma prova de que seu trabalho é qualificado são os resultados e os frutos já colhidos pelo time Sub-17 do Atlético Mineiro. Sinal da incapacidade de diretoria em perceber aquilo que era bom.
Infelizmente, o próprio Felipe ajudou neste estado de coisas. Reconheço que todos precisam trabalhar e a necessidade bate a porta de todos. Precisamos pagar as contas. Mas de modo coerente Felipe Moreira deveria fazer o que fez João Brigatti e Mazola Junior. Que ele rodasse pelo futebol nacional, adquirisse experiência em outros centros, conhecesse outros estilos de trabalho e se fosse seu desejo, em longo prazo ocorresse o retorno para Ponte Preta. A má vontade com que foi recebido pela torcida foi evidente. Era algo que poderia ter sido evitado.
Os garotos precisam ser preservados. As categorias de base da Ponte Preta já perderam tempo demais com escolhas erradas e caminhos tortuosos. É preciso colocar tudo no trilho. Porque o futuro da alvinegra passa por uma categoria de base forte. De preferência, com a situação resolvida em relação a aceitação de Felipe Moreira pela comunidade.
(análise feita por Elias Aredes Junior)