Thiago Carpini e Guarani: o perigo da admiração virar idolatria e posteriormente religião

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Algo vai mal em um clube quando personalidades correm o risco de ficar acima da instituição. Ou quando o fanatismo chega ao porto de evitar enxergar problemas na execução de tarefas, mesmo que exista mérito anterior.

O Guarani é vice-lider do Grupo D, soma 10 pontos, encontra-se em oitavo lugar na classificação geral e parece destinado a fugir de qualquer risco de rebaixamento. Ninguém nega tal fato e elogia por tal feito.

Thiago Carpini tem mérito. Já falamos por diversas vezes em artigos. Assim como meus companheiros de profissão. Só que parece que aos poucos uma espécie de religião como a ser instituída no Guarani.

O “Carpinismo” tem um deus supremo. Senta no banco de reservas. Seus seguidores na torcida do Guarani não aceitam críticas ao comandante. Também movida por uma espécie de fuga da realidade por parte do seu guru mor, principalmente nas entrevistas coletivas.

Vamos aos fatos.

O Guarani é uma equipe que constrói a equipe a partir do campo defensivo. O toque de bola a partir dos zagueiros tenta fazer com que o adversário fique envolvido e o gol saia naturalmente. Só que não sai. Por que não existe poder de fogo.

Carpini disse que isso acontece porque as equipes marcam atrás e não dá espaço. Um fator que existia na vitória contra o Santo André. Por que não deu enfase em tal argumento quando venceu?

Mesmo no empate contra o Novorizontino, o Guarani tinha algumas estratégias para agredir o oponente e que aos poucos sumiram. Uma não está no gramado. Bidu tem técnica e habilidade suficiente para apertar o oponente e fazer uma jogada diferenciada, tanto para buscar a linha de fundo como para armar por dentro.

Com sua lesão, o lado esquerdo ficou mais do mesmo. Além disso, Igor Henrique, quando estava em boa forma atuava como elemento surpresa. Contra o Água Santa, com sua lesão, esse diferencial não existe mais. Além disso, Giovanny ainda não demonstrou de modo linear a qualidade que Carpini espera dele.

Ao invés de explicar tais contextos, Carpini parte para o ataque. Não ajuda. Só atrapalha. E os fãs dizem amém. Triste.

(Elias Aredes )