Interessante que ninguém tem culpa na Ponte Preta. Todos são inocentes. A equipe exibe péssimo rendimento no gramado e todos os dirigentes adotam o silêncio. Tiãozinho, Gustavo Bueno, Tagino Alves dos Santos e todos os integrantes da diretoria executiva fingem que o problema não é com eles. Ou culpam o imponderável quando dizem que o time “não deu liga”.
Outra estratégia é de compartilhar a culpa, utilizada por Gustavo Bueno em sua última entrevista coletiva quando disse que todos aprovaram as contratações, inclusive a imprensa.
É verdade. E faço mea culpa por acreditar em alguns atletas que não corresponderam. Agora, isso não exime o comando do futebol e da diretoria executiva em resolver algumas coisas que estão escancaradas.
Quando o treinador fala que o ambiente está ruim e os jogadores não desmentem a verdade é que o executivo de futebol está colocado na berlinda. Outra: não deveriam utilizar mais a desculpa que o time não deu liga. Como podem dizer isso se não colaboraram para o processo ter final feliz?
Exemplo: bancar um treinador em dezembro cujo contrato terminaria em abril sendo que a principal competição, a Série B começa em maio. Mais ineficiência, impossível.
Em qualquer multinacional, quando o clima organizacional está ruim e atrapalha na obtenção de resultados, os executivos são cobrados de modo veemente. Por que no futebol tem que ser diferente? Se o clima está ruim é injusto jogar toda a responsabilidade sobre João Brigatti. É tarefa para o executivo de futebol resolver. Ponto.
Ao invés de chiar e reclamar das críticas da imprensa e da torcida, tanto Tiãozinho como Gustavo precisam urgentemente adotar uma postura pró ativa, voltada para transformar o ambiente. Além disso, conceder respaldo público (repito: público!) ao treinador, sem querer encontrar inimigos externos.
É hora de agir. Antes que seja tarde. Se já não for.
(Elias Aredes Junior)