Um dia de (quase) pânico no Majestoso. Por André Gonçalves

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Clima festivo e motivos de sobra para entusiasmo e empolgação da nação alvinegra de Campinas.

Depois de vencer o primeiro confronto fora de casa por 3 a 0, a Ponte trouxe uma ampla vantagem para decidir a vaga na Serie A1 do Paulista de 2024.

Mas infelizmente, não foi só festa que o estádio Moisés Lucarelli foi palco.
O alento é que não houve episódio de maior gravidade.

Infelizmente a organização -de maneira geral- deixou a desejar e o Majestoso, por muito pouco, não foi palco de uma tragedia.

A instituição Associação Atlética Ponte Preta não pode flertar com o perigo que tem sido o portão 5 do Majestoso.

Vou explicar minha experiência dos últimos 2 anos para acessar ao Portão 5 do estádio, a entrada principal do estádio.

Por motivos de saúde e da impossibilidade de ficar muito tempo em pé, chego ao estádio sempre (sempre mesmo) com 1h30 de antecedência ao início do jogo. Afim de evitar filas e aglomerações e ter um acesso tranquilo.

Infelizmente é recorrente em jogos com grande demanda que, tanto a Polícia Militar quanto a Ponte Preta , apresenta falhas na sua condução e acessibilidade para esses jogos de maior público.

Sábado, chegamos ao estádio por volta das 16h50. Para surpresa já havia filas. E o que chamou atenção foi que a fila se concentrava para revista das torcedoras. Ou seja, para as mulheres havia um gargalo notório!

Me separei da minha filha para que ela pudesse passar pela “revista” das policiais femininas e eu, com certa facilidade, entrei no Majestoso.

Quando passei pelas catracas havia um aglomerado enorme de -na maioria- homens aguardando suas mães, esposas, filhas, amigas conseguirem entrar.

Havia um torcedor aguardando sua sua esposa e filha e ele havia deixado seu pai -que é deficiente visual- na arquibancada. Ele estava angustiado pela demora e por ficar dividido entre ficar com seu pai e aguardar sua família.

Depois de uns 20 minutos aguardando minha filha, daquela multidão de mulheres saiu uma policial.

Visivelmente ofegante pois o número de pessoas naquele local fez o calor se potencializar.
Falei com ela indagando o que estava ocorrendo.

Ela comentou que havia -somente- 3 policiais mulheres fazendo a revista das torcedoras. Um absurdo! Pior! Sem ela, havia somente duas.

Pouco menos de 15 minutos depois que conversei com ela começou um empurra-empurra e gritos. Logo vieram alguns policiais averiguar o quadro.

Ai o que era angústia virou desespero.

Perto de onde os policiais fazem a revista, do lado externo dos portões, mais gritaria e borrachada!

Um clima de pânico se instalou. Pois havia MUITAS crianças e mulheres concentradas perto daquela confusão.

Ou seja, uma tragedia não ocorreu sabe-se lá por quê.

Muitas pessoas como eu, esperou 40, 50 minutos as mulheres entrar no estádio.

Estou encarando como despreparo e espero que a diretoria não esteja negligenciando uma situação como essa afim de priorizar economia nos custos da operação.

Sabemos que 2 ou 5 catracas a mais geram custos. Óbvio! Mas esse custo não pode ser mensurado se o pior tivesse ocorrido no Majestoso.

Toda campanha linda do time no campeonato ficaria manchada!

Portanto, sabemos que no próximo final de semana teremos mais um jogo de possível comoção e alta demanda.

Por isso, peço a diretoria, a Polícia Militar, aos jornalistas e aos organizadores mais atenção em situações como essa para evitar problemas como esse.

(Texto escrito por André Gonçalves- Especial para o Só Dérbi- Foto de Karen Fontes- Pontepress)