Em 25 anos de atuação jornalística jamais poderia imaginar que uma perguntar poderia gerar celeuma. Era a apresentação do atacante Elias Carioca e assim como já estava previamente determinado enviei os questionamentos.
No momento da resposta, o jogador ficou incomodado. Normal para quem abraça a ação jornalística. Reação de contrariedade dos torcedores na transmissão do You Tube também está no roteiro. Afinal, qualquer profissional de comunicação que se preze precisa falar aquilo que a torcida precisa ouvir e não aquilo que ela quer ouvir.
O que se passou nas horas seguintes foi surreal. O meu número de telefone celular foi repassado para torcedores e centenas mandaram mensagens de Whatsapp com criticas pesadas e ameaças. Inclusive a componentes da minha família. Abominável. Que muitos consideram normal em tempos de ódio na internet.
Tudo isso gerado por um questionamento. Elias Carioca trabalhou no Athletico Paranaense. Uma das agremiações de melhor estrutura do Brasil e da América Latina. É lícito perguntar como foi sua experiência por lá e o que ele analisa sobre o que lhe foi oferecido pelo Guarani.
Em uma dos áudios que utilizei para responder um dos torcedores mal criados abordei que o comportamento em relação a minha pessoa era uma típica reação dos nossos tempos. E que precisa ser encarada. Sem medo. E vamos abordar em outro artigo.
Fato é que minha resposta aqueles que ficaram contrariados pela pergunta adota duas direções. A primeira é que aqueles que consideram a pergunta infeliz deveriam saber que não existe pergunta feliz ou infeliz. Existe prática jornalística. Pergunta e resposta. Quando você aborda que a pergunta foi infeliz está dizendo que ela não devia ser feita. E se não devia ser feita no fundo, infelizmente você tem dentro de si o espírito de censor e de ânsia de impedir a prática do ofício do jornalismo. Reflita e veja se realmente você deseja liberdade de expressão de fato e direito.
Agora, em relação aqueles que utilizem de palavrões, xingamentos, ameaças e insinua atitudes violentas contra o autor da pergunta, isso não é um tema referente ao jornalismo e a sim a formação ou educação. Para ser mais exato:prática de cidadania. Não adianta pedir um país melhor e livre da corrupção se você não consegue ser civilizado no debate da opinião pública. E quando adota-se tal comportamento existem três saídas: ou você procura ajuda psiquiátrica viver em sociedade; ou retira-se dos espaços virtuais. Ou submete-se ao risco de encarar ações judiciais.
Este jornalista e este Só Dérbi não vão recuar um milímetro. Um ataque das mílicias digitais não são suficientes para recuar na defesa do livre pensamento. Discordar e argumentar sim; violência não. O futebol é passional? Sim. Mas precisa deixar de ser terra de ninguém.
(Elias Aredes Junior)