O Guarani comemora neste dia 13 de agosto a celebração dos 41 anos da conquista do Campeonato Brasileiro de 1978. Emissoras de rádio, televisão e jornais vão recordar a sequencia de 11 vitórias, o triunfo sobre o Vasco no Maracanã e o desempenho histórico de Zenon, Careca, Renato e companhia limitada.
Sem contar Carlos Alberto Silva, quiça o maior ídolo da história. Essa é a parte boa. E deve ser reverenciada. Só que existe o lado B. Ou das verdades inconvenientes. Que deveriam fazer refletir o torcedor e utilizar como alicerce para reerguer um clube hoje em escombros.
O titulo abriu portas. Fez o Guarani ser conhecido no mundo. Deixou o torcedor mal acostumado. Mesmo em quadro dramático, o torcedor exige times de grife. Ou voltar aos bons tempos. Nem que seja para aumentar a divida.
Esqueceram de detalhes do passado. Dou exemplo prático. Será que em 2019, o torcedor bugrino aceitaria um técnico oriundo da Caldense? Ou jogadores desconhecidos como os atacantes Capitão e Bozó? A torcida esqueceu que o time só fez sucesso porque os dirigentes foram buscar atletas em outros centros.
Conquistar a Taça de Ouro deixa muitos torcedores preso ao passado e transformados em passadores de pano no presente. Lógico, é ótimo e maravilhoso recordar um passado glorioso.
Deveríamos recordar que as equipes são construídas desempenho no presente. Muitos torcedores (não é maioria, diga-se. E ainda bem!) passaram pano e apoiaram ou teceram respaldo para José Luis Lourencetti, Leonel Martins de Oliveira, Álvaro Negrão, Marcelo Mingone, Horley Senna e Palmeron Mendes Filho.
Todos ou tem um rebaixamento no currículo ou trapalhadas administrativas para contabilizar. Muitos apoiaram. Como se a conquista do troféu há 41 anos desobrigasse o Guarani a fazer mais nada. E suportar infinitamente a incompetência.
Obvio que o titulo de 1978 deve ser comemorado. Não seria louco de censurar. No entanto, alguns atitudes de esquecimento acontecem. E o elenco de 1982, terceiro lugar no Brasileirão? E o time vice-campeão brasileiro de 1986?
E o time terceiro lugar do Brasileirão de 1994, em que somente (com justiça!) Amoroso é celebrado e outros como Fábio Augusto e Edu Lima são relegados em segundo plano?
Vou reafirmar para que ninguém distorça minhas palavras: a conquista de 1978 pode, deve e obrigatoriamente deve ser reverenciada. Só que suas consequências positivas e negativas não podem ser ignoradas.
(Elias Aredes Junior)