Pegorari: um ídolo para quebrar a lógica no Guarani?

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Ao entrar em campo neste domingo para o jogo contra o Batatais, no Brinco de Ouro, o goleiro Pegorari fará apenas sua 12ª partida como titular. Não temos dúvidas em afirmar que é a principal figura bugrina na Série A-2 do Campeonato Paulista. É seguro, faz boas defesas, exibe liderança e é discreto. O que falta para ser ídolo incontestável?

Está aí uma boa pergunta, cheia de armadilhas e subjeções. Cada caso é único. Para um clube com as características do Guarani, os goleiros só se firmam quando a crise bate á porta. Foi assim com o Jean nos tempos de rebaixamento em 2006 no Paulistão e na Série B, com Emerson na queda para a Série B em 2010 e Douglas, que antes de viver o sabor do acesso em 2009 viveu a vergonha de encontrar-se no elenco que caiu no Paulistão do mesmo ano.

Em condições normais, são os atacantes e armadores que fazem o coração do bugrino palpitar. Fumagalli é idolo até hoje principalmente por sua condução no Campeonato Paulista de 2012, quando a equipe disputou a final. Muitos dizem que se não estivesse lesionado, o Santos encontraria mais dificuldades na ocasião. Seria campeão do mesmo jeito, mas com grau de dificuldade mais apurado.

Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, arqueiros como Neneca, Wendell, Sérgio Neri e Narciso eram coadjuvantes de equipes que contavam com atletas do porte de Careca, Zenon, Jorge Mendonça, Evair, João Paulo, Amoroso ou Luisão. O ataque dava as cartas.

Pegorari tem chance de quebrar a escrita. Explico: a Série A-2 tem um funil estreito, pronto para decapitar postulantes que não abraçam o equilíbrio. Quem celebrar o passaporte necessariamente terá que exibir uma defesa equilibrada, com bons zagueiros e um goleiro estável e confiável.

Guardadas as devidas proporções, o torcedor bugrino poderá reviver a saga da Série B nacional de 1991, quando o Guarani tinha jogadores do porte de Edson Abobobrão, Biro Biro e o zagueiro Pereira, mas comemorou o acesso graças a agilidade de Marcos Garça em defender a cobrança de Nardela na decisão por pênaltis contra o Coritiba. Pegorari tem boas condições de dividir a bancada.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)